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Dispositivo de implante cerebral dá esperança a quem tem paralisia nos membros inferiores
2 de abril de 2023
- Vitor Guerras
Novo implante biônico cerebral da Universidade de Cambridge e promete ser o futuro na restauração de funções de membros amputados. Foto: Reprodução/Blog do Dr.Cristiano Nabuco.
Novo implante biônico cerebral da Universidade de Cambridge e promete ser o futuro na restauração de funções de membros amputados. Foto: Reprodução/Blog do Dr.Cristiano Nabuco.

Um novo implante cerebral, que pode ajudar a restaurar os movimentos de braços e pernas, está sendo desenvolvido por pesquisadores que buscam aumentar a conexão entre os neurônios e os membros paralisados.

Se ao final dos estudos, os resultados comprovarem o que os primeiros testes mostraram, será possível dar esperança a milhares de pessoas no mundo. Só o Brasil, mais de 7,8 milhões, de acordo com o Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE).   

Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, coordenados pelo professor do Departamento de Engenharia, George Malliaras, trabalham incansavelmente para dar a possibilidade de ter de volta os movimentos para quem tem mobilidade reduzida nos membros inferiores.

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Esperança

São vários estudos que tentaram usar implantes neurais para restaurar funções motoras, mas as tentativas não deram certo, pois o tecido cicatricial se formava ao redor dos eletrodos e impedia a conexão entre o dispositivo e o nervo.

Mas os pesquisadores tiveram uma sacada genial! Eles colocaram uma camada de células musculares reprogramadas a partir de células-tronco entre os eletrodos e o tecido vivo, descobrindo que dessa maneira o dispositivo se integrava ao corpo do hospedeiro e evitava o tecido cicatricial.

Em outras palavras, o dispositivo combina eletrônicos flexíveis e células-tronco humanas, para melhorar a integração com o nervo e a função do membro moto paralisado.

Ao combinar duas distintas terapias que ajudam na regeneração nervosa, os pesquisadores superaram desafios antigos e melhoraram a funcionalidade e a sensibilidade do implante.

“Este foi um empreendimento de alto risco e estou muito satisfeito por ter funcionado”, disse George Malliatas, informando que havia uma série de dúvidas em torno do projeto, mas que, ao final, venceu a eficiência.

Testes

Os testes, por enquanto, foram feitos em roedores, mas os resultados foram significativos.

“Essa interface pode revolucionar a forma como interagimos com a tecnologia”, disse Amy Rochford, que trabalhou com a equipe do professor.

A professora explicou que combinar células humanas vivas com materiais bioeletrônicos foi um sucesso e que a partir disso criou-se um sistema que pode se comunicar com o cérebro de maneira mais natural e intuitiva. 

Desafios

Um dos grandes desafios para a equipe ao tentar reverter esse tipo de lesão, é a incapacidade dos neurônios se regenerarem e reconstruírem circuitos neurais que foram interrompidos.

“Se alguém tem um braço ou uma perna amputada, por exemplo, todos os sinais no sistema nervoso ainda estão lá, mesmo que o membro físico tenha desaparecido”, disse Damiano Barone, professor do Departamento de Neurociências Clínicas de Cambridge.

Uma das maneiras de resolver esse problema, é implantando um nervo nos grandes músculos do ombro e conectar eletrodos a ele. O problema desse tipo de abordagem é o cicatricial ao redor do eletrodo.

Para contornar o problema, os pesquisadores usaram um dispositivo eletrônico flexível biocompatível que é fino o suficiente para ser conectado ao final de um nervo. Eles também reprogramam células-tronco, para células musculares, e aí sim conectam no eletrodo.

Quando implantado no antebraço paralisado dos ratos, o dispositivo capta sinais do cérebro que controlam o movimento do membro. Ao ser conectado ao resto do nervo, o dispositivo pode ajudar a restaurar o movimento.

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28 dias

O tempo foi de 28 dias em que as células conseguiram sobreviver ao experimento. É a primeira vez que as células demonstraram sobreviver a um experimento tão prolongado.

Para o futuro, os pesquisadores estão focados em otimizar ainda mais o equipamento. A equipe já entrou com um pedido de patente e pretende seguir estudando o tema.

Os resultados completos do novo implante cerebral podem ser conferidos na Science Advances.

O dispositivo, que uniu células-tronco e eletrônicos, foi testado pela primeira vez e apresentou resultados positivos. Foto: Reprodução/Diariodasaude.
O dispositivo, que uniu células-tronco e eletrônicos, foi testado pela primeira vez e apresentou resultados positivos. Foto: Reprodução/Diariodasaude.

Com informações de Good News Network.

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