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3 garotinhas percorrem 130 km todos os dias rumo ao balé profissional no Rio
10 de abril de 2023
- Renata Dias
As garotinhas Eloá da Cruz Rodrigues, Sophia Castro e Alice Evangelista do Nascimento viajam 130 km para fazer aulas de balé no Theatro Municipal do Rio e sonham com o balé profissional. - Foto: Domingos Peixoto
As garotinhas Eloá da Cruz Rodrigues, Sophia Castro e Alice Evangelista do Nascimento viajam 130 km para fazer aulas de balé no Theatro Municipal do Rio e sonham com o balé profissional. - Foto: Domingos Peixoto

O sonho do balé profissional faz três garotinhas brasileiras percorrerem 130km todo dia para realizar estudar dança. Esta é a rotina de Alice do Nascimento, Sophia Castro e Eloá Macruz, todas com 8 anos.

Elas viajam quase 4 horas, entre ida e volta, no Rio de Janeiro, para assistir as aulas e os ensaios na Escola de Dança Maria Olenewa, do Theatro Municipal – um dos mais renomados do país.

Alice mora em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Até o Centro, são 130 quilômetros. Entre as três baldeações há almoço no chão do metrô, trocas de roupas no meio do caminho e penteados em pé. Com Sophia e Eloá, da mesma turma de balé, a rotina não é muito diferente.

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O sonho das pequenas brasileiras

As três garotinhas se destacaram durante um projeto de dança oferecido pela Ternium, uma empresa siderúrgica que atua no bairro. A professora Tainá Romanelli percebeu um diferencial nas meninas e sugeriu que os pais fizessem a inscrição no Municipal.

As meninas levaram a sério a sugestão e enfrentaram o concurso para a escola do Theatro Municipal.

“Eu via um brilho diferente no olhar delas quando diziam que queriam ser bailarinas profissionais. O dia que saiu o resultado foi uma festa. É muito mais do que passar numa prova. É sobre acreditar nelas mesmas, ultrapassar os obstáculos”, disse a professora Tainá.

Viagem de trem e ônibus

As três pequenas bailarinas se acostumaram à rotina corrida e à rigidez da carreira que pretendem seguir no balé profissional.

Quando as portas do vagão do trem se abrem, elas correm para um dos cantos e sentam no chão.

Com agilidade, tiram o tênis, colocam a sapatilha, ainda sem ponta, e fazem com cuidado o laço na fita de cetim que amarram aos pequenos tornozelos.

A mãe de Alice tira da bolsa três marmitas, que distribui para cada uma das meninas. Entre uma colherada e outra, conversam e implicam, de brincadeira, uma com a outra.

Depois do almoço, as meninas otimizam o tempo de viagem se alongando.

As três cantam juntas a musiquinha que aprenderam na aula: “flex, ponta, en dehors” (em francês, “para fora”), e reproduzem os movimentos. As três têm a mesma referência: a bailarina carioca Ana Botafogo.

No Theatro Municipal

Já arrumadas, Alice, Sophia e Eloá saem correndo da estação do metrô em direção ao Theatro Municipal. No rol de entrada, formam a fila das bailarinas e logo são levadas para a sala de aula.

“As meninas de Santa Cruz” ficaram conhecidas assim na turma Preliminar I, da qual fazem parte há pouco mais de um mês.

“Estão aprendendo o básico, o que é ponta, a nomenclatura do balé, a disciplina de todo dia estar aqui, o que não é fácil para a criança. Muitas enfrentam uma rotina intensa, de almoçar no transporte, trocar de roupa no caminho. Mas o balé não é puro sofrimento, é puro prazer”, afirmou a professora Sabrina Germann.

Nesta primeira etapa, é a fase eliminatória, quando os professores avaliam questões ortopédicas e de flexibilidade.

“Neste momento a gente avalia condições físicas, como a possibilidade de aumentar amplitude, extensão, se o pé consegue esticar. Estando aptas, seguem na formação, que dura nove anos”, disse o diretor artístico do Balé do Theatro Municipal, Helio Bejani.

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Apoio incondicional

Em média, as meninas gastam R$ 700 só com transporte. Mãe solo, Abgail Macruz, de 29 anos, disse que conta com o apoio da rede familiar para realizar o sonho da filha.

“Consegui um emprego para poder manter a Eloá no balé”, disse. “Tenho ajuda da minha mãe e irmãos. Vale a pena pela alegria que eu vejo nela”, acrescentou Abgail, que é agente de educação especial.

Tanto esforço terá recompensa, a gente está torcendo!!!

A viagem das meninas para o balé começa logo cedo! - Foto: Domingos Peixoto
A viagem das garotinhas rumo ao balé profissional começa logo cedo! – Foto: Domingos Peixoto
Esperam pelo ônibus na parada - Foto: Domingos Peixoto
Esperam pelo ônibus na parada – Foto: Domingos Peixoto
Eloá da Cruz Rodrigues, Sophia Castro e Alice Evangelista do Nascimento pegam ônibus - Foto: Domingos Peixoto
Eloá da Cruz Rodrigues, Sophia Castro e Alice Evangelista do Nascimento pegam ônibus – Foto: Domingos Peixoto
Depois pegam o trem e aproveitam o tempo de viagem para se arrumar -  Foto: Domingos Peixoto
Depois pegam o trem e aproveitam o tempo de viagem para se arrumar – Foto: Domingos Peixoto
As meninas na aula de balé - Foto: Domingos Peixoto
As garotinhas se dedicam na aula e sonham com o balé profissional – Foto: Domingos Peixoto
Elas dão tudo de si nas aulas - Foto: Domingos Peixoto
Elas dão tudo de si nas aulas – Foto: Domingos Peixoto
O sonho de ser bailarina tem muita dedicação e determinação. - Foto: Domingos Peixoto
O sonho de ser bailarina tem muita dedicação e determinação. – Foto: Domingos Peixoto

Com informações do jornal Extra.

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