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Cientistas da USP usam IA para prever depressão. Veja!
11 de abril de 2023
- Vitor Guerras
Pesquisadores da USP estão usando inteligência artificial para ajudar no diagnóstico de depressão e ansiedade. Foto: Reprodução/VOCA e Vittude.
Pesquisadores da USP estão usando inteligência artificial para ajudar no diagnóstico de depressão e ansiedade. Foto: Reprodução/VOCA e Vittude.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) trabalham em um projeto inovador: eles estão usando IA ( Inteligência Artificial) e o Twitter para prever depressão e ansiedade antes que elas apareçam.

O método pode ser usado no futuro para antecipar os transtornos antes mesmo do diagnóstico!  

“Os indicativos de depressão que aparecem no consultório não são necessariamente os mesmos que estão na rede social. Por exemplo: percebemos, de maneira bem forte, o uso na rede de pronomes na primeira pessoa, como eu e mim, o que na psicologia é um indicativo clássico de depressão”, explicou Ivandre.

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Como conseguem

O estudo começou com a construção de uma base de dados chamada Setembro BR. 

Com a análise dos dados coletados completa, os pesquisadores perceberam que é possível descobrir se um indivíduo apresenta risco de desenvolver depressão com base na rede social de amigos ou seguidores.

A base coletada engloba informações de textos publicados por usuários no Twitter e suas respectivas redes de conexões. Ao todo foram 3,9 mil perfis analisados. A coletânea inclui tweets públicos, publicados individualmente sem retweets; cerca de 47 milhões de publicações em texto.

Ivandre Paraboni, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP), disse que pessoas que têm transtornos mentais buscam interesse em comum, como por exemplo seguir uma celebridade que revela sofrer da mesma condição.

“Inicialmente, fizemos uma coleta nas timelines em um trabalho artesanal, analisando textos de cerca de 19 mil usuários do Twitter, o que corresponde quase à população de uma pequena cidade”, afirmou o professor.

Posteriormente, os dados foram cruzados com parte de usuários realmente diagnosticados com transtornos mentais e uma outra aleatória, isso foi necessário para ajudar na diferenciação de pessoas com depressão e a população em geral.

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IA na prevenção da depressão

A depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com esse transtorno, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde.

A linguagem dos indivíduos pode ser impactadas por transtornos mentais, segundo pesquisas já revelaram.

A maioria dos estudos que vão nessa linha, usam o Processamento de Linguagem Natural (NPL), mas que fica restrita à língua inglesa e acaba por não refletir o perfil do brasileiro.

Foi então que, os cientistas da USP, submeteram o material textual coletado a um procedimento de pré-processamento e limpeza de dados, que removeu caracteres como hyperlinks, emojis e hashtags.

Depois da primeira limpeza, os pesquisadores usaram o método de aprendizado profundo que criou quatro classificadores de palavras. Esses modelos são capazes de aprender o contexto e significado das palavras a partir do monitoramento em uma sentença, por exemplo.

Ao total, 200 tweets de cada usuário foram escolhidos aleatoriamente e tiveram seus anonimato respeitados. 

O professor ressaltou que uma incidência alta entre os usuários depressivos da utilização do símbolo de coração e o emoji da afetividade, algo que ainda talvez não esteja dentro dos diagnósticos da psicologia.

Sintomas

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza atendimento para pessoas em sofrimento psíquico por meio dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Alguns sintomas devem ser observados como ponto de alerta para a depressão:

  • humor deprimido, irritabilidade, ansiedade e angústia;
  • desânimo ou cansaço elevado;
  • diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis;
  • desinteresse, falta de motivação e indiferença;
  • sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desamparo e vazio;
  • ideias frequentes e desproporcionais de culpa, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, fracasso e pensamentos de morte;
  • interpretação distorcida e negativa da realidade;
  • dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento;
  • diminuição da libido;
  • perda ou aumento do apetite e do peso;
  • insônia, despertar matinal precoce ou aumento do sono;
  • dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.

Próximo trabalho

Agora a equipe pretende refinar a técnica usada e aprimorar ainda mais os modelos. Para o futuro, Ivandre e sua equipe esperam ter o método e a inteligência artificial aplicada na prática.

A pesquisa completa pode ser conferida na revista científica Language Resources and Evaluation.

No estudo, usando algoritmos e postagens no Twitter, os cientistas conseguiram prever indivíduos com risco de desenvolver depressão apenas com base na rede social de amigos e seguidores. Foto: Reprodução/Revista Amazônia.
No estudo, usando algoritmos e postagens no Twitter, os cientistas conseguiram prever indivíduos com risco de desenvolver depressão apenas com base na rede social de amigos e seguidores. Foto: Reprodução/Revista Amazônia.

Com informações do Ministério da Saúde e do Olhar Digital.

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