O momento é de combater a onda de ameaças e ataques nas escolas, que põe em risco a segurança dos estudantes. Para proteger creches, colégios e universidades, a Central do Disque 100, do governo federal, criou um atendimento específico para atender denúncias sobre violência nas instituições de ensino.
O número para contato é (61) 99611-0100 e a denúncia pode ser feita pelo WhatsApp. A Central Disque Direitos Humanos está pronta para receber mensagens de texto, áudios, fotos e arquivos multimídia e links ou URLs, além do usuário poder fazer chamada de vídeo com a utilização da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Qualquer usuário pode realizar denúncias: não é exigida a identificação do denunciante. Todas as denúncias são anônimas e as informações enviadas serão mantidas sob sigilo. O interessado deverá inserir o maior número de informações possível para que a ocorrência possa ser analisada corretamente. Veja abaixo!
Como denunciar
Para denunciar, via internet, basta clicar no endereço Ministério dos Direitos Humanos. Ali abre uma página, bastante clara, em que as explicações são bem diretas.
Para facilitar a análise da denúncia, recomenda-se o preenchimento do campo “Comentário” com as informações relevantes da ocorrência, tais como o município, estado, Escola da denúncia e mídia social de origem da ocorrência.
É importante que o denunciante informe o local alvo da ameaça (escola, creche, universidade) e os dados de suspeitos, se possível. Se a ameaça é feita em ambiente virtual, é recomendado informar rede social, site, endereço eletrônico, nome do usuário, URL do perfil em caso do Twitter, Instagram, Facebook e demais redes.
Ação imediata
O ouvidor nacional dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira, disse que uma vez que a denúncia seja recebida na Central do Disque 100, as forças de segurança são acionadas. Em caso de emergência, a orientação é ligar para o 190 ou para a delegacia de polícia mais próxima.
“O Disque 100 cumpre seu papel de prevenção à violência sendo mais uma ferramenta do governo federal no enfrentamento aos ataques em escolas”, afirmou.
De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, o denunciante não precisa se identificar, fica sob anonimato. As informações, conforme o ministério, serão encaminhadas para a polícia, Conselho Tutelar ou Polícia Federal.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública também dispõe de um canal para receber denúncias de violência escolar. Denúncias sobre ameaças de ataques podem ser feitas ao canal Escola Segura. As informações enviadas ao canal serão mantidas sob sigilo e não há identificação do denunciante.
Leia mais notícias boas
- Solidariedade: Veja como ajudar as vítimas do terremoto na Turquia, Síria e região
- Twitter finalmente ganha recurso para denunciar fake news
- Torcidas de times do Paulistão fazem campanha contra violência nos estádios
Manter o alerta e investigar
Para especialistas em educação, as ameaças, muitas infundadas, têm um objetivo muito claro: causar pânico. Segundo Telma Vinha, professora da Faculdade de Educação (FE) e pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp, que estuda violência extrema em escolas, a intenção é causar o caos, mas é preciso manter o alerta e investigar mais a fundo.
“Tudo indica que se trata de uma ação coordenada intencionalmente para gerar o caos, mas não temos certeza ainda, porque está sendo investigado”, afirma a professora. “Nas mensagens analisadas foram encontradas muitas fake news e nem sempre se consegue separar o falso do verdadeiro”.
De acordo com Telma Vinha, não se deve nem pode deixar de dar ouvidos às denúncias.
“Em nenhum momento podemos afirmar que um ataque não vá acontecer. Não existe garantia, nem mesmo em instituições que são verdadeiros bunkers – tanto que nos Estados Unidos, país com a maior indústria de segurança escolar e o mais alto índice de armas em circulação, é o lugar onde com o maior número de tiroteios em escolas. Contudo, é preciso cautela e não entrar em pânico”, afirmou a professora.
Para a especialista, ocorre no momento o chamado “efeito contágio”.
“Tudo indica que esses novos ataques são decorrentes do chamado de ‘efeito contágio’, somado a outros fatores, entre os quais ressentimentos, raiva, preconceitos, impulsividade e transtornos mentais. Em linhas gerais, o ‘efeito contágio’ acaba inspirando novos ataques”, disse Telma Vinha.
Com informações do Ministério dos Direitos Humanos, Agência Brasil, Unicamp