O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai subir a ajuda ao Fundo Amazônia de US$ 50 milhões – valor prometido em fevereiro durante visita de Lula a Washington – para US$ 500 milhões. O valor equivale a R$ 2,5 bilhões para os próximos cinco anos.
Biden fez o anúncio da contribuição nesta quinta, 20 de abril, durante uma reunião do Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima (MEF, na sigla em inglês), formado por 26 países, incluindo o Brasil.
“Estou feliz de anunciar nosso pedido de fundos para que possamos contribuir com US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia e outras atividades ligadas ao clima nos próximos 5 anos. E para ajudar o Brasil em seu renovado esforço de acabar com o desmatamento em 2030“, afirmou Biden.
Liberação do dinheiro
O valor, que é bem vindo, claro, é equivalente ao que o presidente dos EUA, anunciou de ajuda militar dos EUA à Ucrânia, durante uma visita surpresa a Kiev em fevereiro último.
Agora, para a liberação do dinheiro para o Fundo Amazônia, Biden precisa da aprovação do Congresso norte-americano.
No encontro desta quinta, que teve participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de forma virtual, Joe Biden também convocou outras lideranças para que apoiem o Fundo Amazônia.
“O objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5ºC pode ficar ao nosso alcance. Mas vai depender de todos nós – não apenas um de nós. Não alguns de nós”, disse.
A recuperação do Fundo Amazônia
Em abril de 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) suspendeu o fundo. Ele extinguiu os comitês orientador e técnico. Isso fez com que países doadores suspendessem repasses de dinheiro para o Brasil
No final de 2022, o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que o governo reativasse o fundo em 60 dias.
Mas ele só retornou depois que o presidente Lula assinou um decreto restabelecendo o Fundo Amazônia. A resposta internacional foi imediata.
O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, anunciou que o país fornecerá € 35 milhões – quase R$ 200 milhões – para o fundo.
Hoje, o Fundo Amazônia tem em caixa R$ 3,2 bilhões.
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Fundo verde para o clima
O presidente americano também anunciou intenção de contribuir com US$ 1 bilhão – equivalente a R$ 5 bilhões – para o Fundo Verde para o Clima (GCF, na sigla em inglês), fundo estabelecido na COP16 para combate às mudanças climáticas.
“O Fundo presta especial atenção às necessidades de sociedades altamente vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas, em particular os países menos desenvolvidos (PMD), os pequenos Estados insulares em desenvolvimento (SIDS) e os países africanos”, explica a ONU.
Terras degradadas
Também foi feito o anúncio de que a US Development Finance Corporation está trabalhando em um investimento de dívida de US$ 50 milhões na Estratégia de Restauração do BTG Pactual, que ajudaria a mobilizar US$ 1 bilhão para apoiar a restauração de quase 300.000 hectares de terras degradadas no Brasil, Uruguai e Chile.
Durante uma visita a Brasília em fevereiro deste ano, o enviado climático americano, John Kerry, disse que a proteção da floresta é essencial para que seja possível atingir o objetivo do Acordo de Paris de manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C — o que muitos especialistas colocam em cheque que seja possível se não forem adotadas medidas mais drásticas pelos governos.
Com informações da CNN