Uma nova ferramenta tem sido a esperança de muitas pessoas com dificuldade de fala. Com Inteligência Artificial (IA) ela promete transformar pensamentos em textos através de um decodificador semântico.

O scanner fMRI funciona a partir da medição da atividade cerebral do paciente e transforma tudo isso em texto. A ferramenta combina inteligência artificial, semelhante a utilizada no ChatGPT, e imagens por ressonância magnética funcional.

O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade do Texas em Austin, Estados Unidos, e pode beneficiar pacientes que perderam a capacidade de se comunicar fisicamente após sofrerem derrame, paralisia ou outras doenças degenerativas.

Transformando pensamentos em palavras

Agora, “ler” os pensamentos, não vai ser mais coisa de super-herói!

Essa máquina foi “treinada” pelos pesquisadores, que ouviram várias horas de podcasts dentro do scanner.

Com o sistema de inteligência artificial afinado, ele foi capaz de gerar um fluxo de texto quando o participante está ouvindo ou imaginando uma nova história. O sonho!

O resultado não é uma transcrição fiel ao que foi imaginado, mas os pesquisadores conseguem capturar pensamentos e ideias gerais.

“Para um método não invasivo, este é um verdadeiro avanço em comparação com o que foi feito antes, que normalmente são palavras únicas ou frases curtas”, disse Alexander Huth, um dos líderes do estudo.

Os resultados foram incríveis. Quando um dos participantes do estudo ouviu as palavras “ainda não tenho minha carteira de motorista”, os pensamentos dele foram traduzidos para “ela ainda nem começou a aprender a dirigir”.

O método desenvolvido também solicitou aos participantes que assistissem quatro vídeos sem áudio enquanto estavam dentro do scanner, e a inteligência artificial foi capaz de descrever os eventos com “certa” precisão.

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Usado para o bem!

Jerry Tang, outro pesquisador da equipe que ajudou no desenvolvimento da IA que transforma pensamentos em textos e que pode ajudar na fala, explicou que a máquina só pode ser usada para o bem!

“Levamos muito a sério a preocupação de que possa ser usado para propósitos ruins e trabalhamos para evitar isso”, disse ele.

Tang ainda garantiu que a pesquisa não pode ser usada, por exemplo, por um governo autoritário para interrogar prisioneiros.

“O sistema precisa ser treinado e os equipamentos para instalação são grandes e caros. Uma pessoa precisa passar até 15 horas deitada em um scanner de ressonância magnética, perfeitamente imóvel e prestando atenção nas histórias que está ouvindo”.

E não há saída, caso o usuário não passe pelo treinamento, os resultados não podem ser decodificados!

Ao desenvolverem o estudo, os pesquisadores garantiram que o método não pode ser usado por ditaduras em interrogatórios de prisioneiros. Foto: Reprodução/El País.

Com informações de Universidade do Texas em Austin.