Rita Lee: relembre a irreverência da cantora em frases marcantes

“Meu único defeito é não ter medo de fazer o que gosto”, “Gosto de mim, mas não é muito confortável ser eu”. Quem nunca se divertiu com os posicionamentos da Rita Lee, é porque não viveu intensamente!

Figura genial, dona de uma graça sem igual, Rita deixou um legado que vai além das canções que compôs e cantou. A irreverência era a marca dela, uma filósofa do cotidiano que amava usar as redes sociais – especialmente o Twitter – para opinar sobre tudo e todos.

O Só Notícia Boa reuniu algumas dessas frases icônicas da Rita como uma forma de homenageá-la! Confira.

Sem papas na língua

Rita Lee não pensava duas vezes para usar um palavrão ou reagir a algo que a desagradava. No perfil dela no Instagram, a irreverência seguirá como registro para todos os fãs.

Na última foto, que mais parecia uma despedida, Rita aparece sentada, sorrindo. Na legenda a frase: “É tarde, já vou indo. Preciso ir embora, até amanhã….”.

Veja mais frases da cantora:

• “E eu lá sou mulher d fazer back up? Perdi tudo, f*…-se eu.”
• “Já disse e repito: não me levem a sério, sou falsa, manipuladora, mentirosa e filha da p*. Escreve o que vem na cabeça, só futilidades.”
• “A dor mostra quem a gente realmente é. Eu sou uma viadona.”

Ser o que é

A artista ensinou também que as pessoas não devem ter medo de serem o que são nem de demonstrarem o que sentem.

• “Eu não sou louca! Estou emocionalmente desequilibrada. Viver é perigoso.”
• “Meu único defeito é não ter medo de fazer o que gosto.”
• “Eles amam as loucas, mas se casam com outras.”
• “Acho que as pessoas que gostam de mim entendem esse lado: subo no palco não como líder, como modelo, como artista. Sou representante de uma porção de perguntas, respostas, dúvidas. Eles não estão lá para escutar nenhuma verdade que tenho para dizer, não há mensagem, apenas procuro ficar junto com eles.”
• “Sei que ainda há quem me veja malucona, doidona, porra-louca, maconheira, droguística, alcoólatra e lisérgica, entre outras virtudes. Confesso que vivi essas e outras tantas, mas não faço a ex-vedete-neo-religiosa, apenas encontrei um barato ainda maior: a mutante virou meditante.”

Hipocrisia

Rita Lee tinha horror à hipocrisia e avisava para não tentarem fazer algo do gênero com ela.

• “Se um belo dia você me encontrar pelo caminho, não me venha cobrar que eu seja o que você imagina que eu deveria continuar sendo. Se o passado me crucifica, o futuro já me dará beijinhos.”
• “A sorte de ter sido eu, de ter sido quem eu sou, de estar onde estou, não é nada, se comparada ao meu maior ‘Gol’. Sim, acho que fiz um monte de gente feliz.”
• “Mulheres têm a idade que merecem, homens serão sempre crianças. (…) É um tal de política destruindo a liberdade, de medicina destruindo a saúde, de jornalismo destruindo a informação, de advogados e policiais destruindo a justiça, de universidades destruindo o conhecimento, de religiões destruindo a espiritualidade. Confie em Deus, mas tranque o carro.”

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Morte

Apavorada com o comodismo, a artista rebatia qualquer tentativa de conter a criatividade. Também demonstrava sabedoria sobre a morte e avisou: não foi a enterros de políticos e não os queria no dela.

• “O pior inimigo da criatividade é o bom-senso, mudar, mudar, mudar, nem que seja para pior. Dói mais sorrir na frente dos outros do que chorar sozinha, mas não devo levar a vida tão a sério porque ninguém sai dela vivo.”
• “Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída. Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão ‘Ovelha Negra’, as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair. Nas redes virtuais, alguns dirão: ‘Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk’. Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los. Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: ‘Thank you, Lord, finally sedated’. Epitáfio: Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.”

Diagnosticada com câncer de pulmão, em 2021, Rita Lee fez tratamentos de imunoterapia e radioterapia. Ela morreu na segunda-feira (08), mas a informação foi divulgada apenas ontem (09). A última aparição para o público foi em 14 de abril. Ela acompanhava de casa a homenagem que o programa “Altas Horas”, da TV Globo, fazia à carreira.

A família, os amigos e os fãs se despedem de Rita Lee no velório ao longo do dia, de 10 as 17h, no Planetário, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. A cerimônia de cremação será privada. O Planetário foi escolhido porque era lá que ela ia toda semana e amava o lugar.