Dois idosos que viveram um amor proibido finalmente se casaram, depois de 60 anos. Gerli Maria dos Santos, de 73 anos, e José Araruna, de 75, realizaram o sonho em Belo Horizonte, graças à Defensoria Pública de Minas Gerais.
A história de amor deles parece novela: Gerli, de família pobre que morava na favela, não era aceita pelos parentes de José. Mas o noivo, apaixonado, batia o pé. Os dois encararam as resistências e agora oficializaram a união como marido e mulher.
Gerli e José foram a caráter ao casamento comunitário: ela, num belo vestido de noiva com direito a decote, ele, em um terno elegantíssimo.
O início de tudo
Tudo começou quando José, que trabalhava em frente à casa onde Gerli morava com os pais, e se encantou com a menina.
Toda vez que passava pela região ela fazia sua famosa “piscadela” para tentar conquistar a garota.
Mas ela era difícil na queda e não dava bola para o paquerador!
“Às vezes eu estava varrendo a calçada e ela mexia comigo… eu fechava a cara na hora”, disse a noiva.
Plano infalível
Ao perceber que Gerli não cedia às suas paqueras, José pensou em um plano infalível, me plenos anos 1960.
Com 15 anos ele foi até a casa de Gerli e quando descobriu que o pai de sua pretendente tinha uma sanfona com defeito, o homem se ofereceu para consertar. A cena surpreendeu a menina.
Nesse momento ele conquistou a simpatia do sogrão e aproveitou para fazer um pedido…
“Um dia cheguei do colégio e vi o José lá em casa, e eu pensei: o que esse homem tá fazendo aqui em casa? E meu pai na maior prosa… ele aproveitou e pediu minha mão em namoro, na frente dos meus pais”, contou Gerli.
O namoro deu super certo e uma vez por semana os dois se viam, mas com algumas condições: das 19h30 às 22h e sempre na frente dos pais da moça.
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Morava na favela
Apesar do amor dos dois, havia um impedimento. A resistência por parte da família de José.
“A mãe dele nunca aceitou bem. Uma vez a gente terminou porque ela não deixava que ele me namorasse principalmente porque a gente morava na favela”, lamentou Gerli.
A mulher disse ainda que sua família sempre foi muito trabalhadora. Segundo ela, foi ensinada a valorizar os estudos e o trabalho.
Mesmo com o fim do relacionamento, o amor jamais cessou.
Gerli e José continuavam a se falar por cartinhas, que eram levadas dele para ela por meio do irmão da mulher.
A mãe de Gerli acabou descobrindo e para que o pai da menina não ficasse bravo, ela mesmo começou a entregar as cartas de José para a filha.
Lindo ver como eles nunca desistiram, né?
Sogra era aliada
Eles até tentaram antes, mas por serem menores a mãe de José nunca liberava a autorização. Mesmo assim, o que importava para os dois é que eles eram “abençoados por Deus” e se amavam.
A sogra de José era uma grande aliada para os dois, foi com a ajuda dela que o casal conseguiu comprar sua primeira lá. Eles se mudaram e Gerli ficou grávida do primeiro filho.
“A gente tentou colocar papel para correr, mas a mãe ia lá e impedia. Acabou que depois a gente até teve ideia de oficializar, mas eu desanimei. Já estava tudo certo, morando juntos, com filhos”, explicou a moça.
Finalmente, 60 anos depois, os dois idosos se casaram e vão poder celebrar o amor infinito. Que venham muitos mais anos de casados, vocês merecem Gerli e José, parabéns por não desistirem.
Lar de idosos
Outros idosos como Gerli e José também merecem ser felizes. Pelo menos 30 deles, que viviam em situação de vulnerabilidade, foram acolhidos por Francisca Vlávia Ferreira, de 45 anos, uma cearense que dedica sua vida a cuidar dos vovôs e vovós.
A cuidadora alugou uma casa há pouco mais de 1 ano e batizou o local com o nome de “Lar Cuidar Mais”. Hoje ela passa dificuldades para manter a casa, mas garante que não falta nenhuma alimentação ou assistência de saúde para os idosos.
A vaquinha para ajudar os vovôs e vovós do Lar Cuidar Mais está aberta.
Doe pelo PIX cuidar-mais@sovaquinhaboa.com.br
Ou por cartão de crédito e boleto no site Só Vaquinha Boa.
Com informações de Itatiaia