O último livro, “Rita Lee: Outra autobiografia”, provocou uma corrida às livrarias brasileiras. Nele, a artista nos convida para o que parece ser uma despedida. Ela narra em detalhes os dias que antecederam a morte.
Fala da descoberta do câncer de pulmão, que acabou por vencê-la, do mundo dos excessos – cigarros e tudo mais – e do desejo de por um ponto final no sofrimento causado pela doença. São 192 páginas mergulhando na vida dessa mulher ousada, criativa, revolucionária e apaixonada por animais.
Lançado no último dia 22 pela Editora Globo, a nova odisséia de Rita está em 1° lugar na lista de mais vendidos da Amazon brasileira, referência internacional de livrarias online. O livro “Rita Lee: Outra autobiografia” também está à venda nas livrarias físicas pelo preço médio de R$ 64,90.
Um livro aberto
Nas páginas do último livro, Rita Lee se abre com seu público.
Uma das partes mais emocionais é a reação da cantora ao receber o diagnóstico de câncer em 2021.
Como sua mãe, Romilda Jones, também foi vítima de câncer, Rita sabia que a doença pode causar muito sofrimento e revelou na obra que pensou em eutanásia.
“Queria estar atenta para logo recomeçar meu caminho em outra dimensão. Sou totalmente favorável à eutanásia. Morrer com dignidade é preciso”, escreve na sua mais recente obra.
Sempre polêmica, a artista confessa, no livro, que o desejo dela era tomar um “chazinho da meio-noite” para ir desta para melhor, mas o amor da família a convenceu do contrário.
“O amor dos boys Carvalho/Lee me fez optar por aceitar fazer o tratamento porque, se fosse por mim, adeus mundo cruel na boa”, disse.
Rita não teve muito tempo para comentar seu novo livro, a artista faleceu no último dia 8 de maio em decorrência de um câncer de pulmão. Suas únicas palavras sobre a publicação foram feitas no Instagram.
“Quando decidi escrever ‘Rita Lee: Uma biografia’, em 2016, o livro marcava, de certo modo, uma despedida da persona ritalee, aquela dos palcos, uma vez que tinha me aposentado dos shows. Achei que nada mais tão digno de nota pudesse acontecer em minha vida besta. Mas é aquela velha história: enquanto a gente faz planos e acha que sabe de alguma coisa, Deus dá uma risadinha sarcástica”, postou ela.
Ah, sempre grande Rita Lee! Você é imensa. Lá de Cima siga nos inspirando por aqui!
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Vício em cigarro
A autenticidade de Rita Lee não deixava ela se arrepender de muitas coisas, mas nas páginas do livro uma revelação: o arrependimento em ser viciada em cigarros.
“A ‘noia’ existencial e as notícias me faziam consumir três maços e meio por dia, daí batia a culpa por não estar me alimentando. ‘Amanhã eu como’, mentia para mim mesma. E nesses virei uma caveira fumante, acendendo um cigarro depois do outro”, escreveu a Rita.
Apesar de ter conseguido parar de fumar durante suas três gestações, Rita disse que o cigarro era sua companhia.
“Pra mim fumar era um prazer, uma chupeta, um velho amigo que me entendia, e ainda havia o ritual de abrir o maço, puxar um cigarro, manuseá-lo um pouco, acendê-lo e dar um longo trago, esquecendo os problemas da vida”, escreveu em um trecho.
Rita Lee é autora de oito livros, dos quais cinco são para crianças.
Algumas opções de compra do novo livro de Rita Lee
- Amazon – R$ 54,90
- Livraria da Vila R$ 64,90
- Livraria Curitiba R$ 55,20
- Livraria Travessa R$ 64,90
- Livraria Leitura R$ 64,90
Despedida da vida
A artista morreu no dia 8 de maio e, desde então, o filho caçula dela João Lee disse sente a presença da mãe o tempo todo.
“Tenho conversado com ela toda hora, tenho sentido muito a presença dela. Os dias têm sido muito difíceis. Muita solidão, mas a gente tem que continuar a viver com tudo o que ela passou para a gente, a força dela e o jeito de dar a volta por cima em todas as situações difíceis, como ela teve ao longo da vida.”
E o filho caçula da artista, anuncia que muitas surpresas virão por aí.
“Eu abri uma caixa que tinha guardado uns três anos atrás e tinha um caderno em que ela escrevia todos os tweets dela”, disse João.
Com informações de O Povo.