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Tratamento revolucionário contra câncer de medula óssea tem 90% de sucesso
8 de junho de 2023
- Vitor Guerras
Com o sucesso do tratamento contra o câncer de medula óssea, que gerou remissão em 90% dos pacientes, o grupo agora quer expandir a técnica para outros tipos de câncer. - Foto: Reprodução/Sciath e Oncos.
Com o sucesso do tratamento contra o câncer de medula óssea, que gerou remissão em 90% dos pacientes, o grupo agora quer expandir a técnica para outros tipos de câncer. - Foto: Reprodução/Sciath e Oncos.
Um tratamento revolucionário para pacientes com câncer de medula óssea. Com a técnica CAR-T, os pesquisadores conseguiram o índice de 90% de remissão nos mais de 74 pacientes tratados. Vitória da ciência!

A conquista sem precedentes vem da Hadassah University Medical Center, em Jerusalém, em Israel, que usou a técnica que treina e fortalece as células de defesa do paciente, fazendo com que elas combatam o câncer mais efetivamente.

O câncer de medula óssea, ou mieloma múltiplo, é a segunda doença hematológica mais comum, atrás apenas do linfoma. A doença se manifesta em células do sangue chamadas plasmócitos, produzidas na medula.

Como é o tratamento inovador

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Na pesquisa, foi aplicada a técnica chamada de CAR-T, bastante utilizada em tecnologia de engenharia genética, apresentando ótimos resultados no combate ao câncer.

A Chimeric Antigen Receptor T-Cell Therapy, estimula o próprio sistema imunológico do paciente para destruir o câncer que acomete o corpo.

Depois de coletar células saudáveis do paciente, os pesquisadores programam os glóbulos brancos (responsáveis pela defesa do organismo) e separaram as células T, que são as responsáveis ativamente pelo sistema imunológico.

Separar os glóbulos vermelhos dos brancos é um processo complexo: pode levar de duas a quatro horas e se assemelha à doação de sangue. Com as células separadas, é realizado um processo de engenharia genética.

Essas células T, que agora foram modificadas, são injetadas novamente no paciente e ajudam a destruir o câncer.

“Os resultados do tratamento CAR-T são impressionantes, garantindo aos pacientes mais anos e muita qualidade de vida”, disse a professora Polina Stepensky, chefe do Departamento de Imunologia.

Fila de espera

O mieloma múltiplo é uma doença que foi considerada por muitos médicos incurável, mas o resultado apresentado pela Universidade de Hadassah pode mudar esse diagnóstico.

A série de experimentos realizados no departamento levou a uma fila de espera grande.

“Temos uma lista de espera de mais de 200 pacientes de Israel e de várias partes do mundo”, disse Polina.

A pesquisadora ainda acrescentou que por ser um tratamento mais complexo, podendo ser realizado apenas com um paciente por semana, acaba dificultando um pouco o processo.

O mieloma múltiplo

O mielo é um tipo de câncer que aparece na medula óssea.

A doença tem esse nome porque normalmente o câncer costuma afetar várias áreas do corpo, como o crânio, pelve, costelas e a coluna.

O mieloma é também um câncer silencioso em seu estágio inicial, mas à medida que vai evoluindo pode fazer com que o paciente sinta falta de ar, dor óssea e fadiga.

Sendo mais comum em pessoas com mais de 60 anos, a doença acomete mais homens do que mulheres. Em 2021, a jornalista Cristiana Lôbo foi vencida pela doença. Ela morreu aos 63 anos.

Tratamento sofisticado

A disponibilidade do CAR-T ainda é baixa. Hoje, somente dois países possuem o tratamento, China e Estados Unidos.

O custo é alto, próximo de US$ 400.000 (R$ 2 milhões de reais), mas o tratamento contra o câncer de medula que levou a remissão de 90% dos pacientes em Hadassah é diferente.

“O tratamento é mais sofisticado e avançado do que o oferecido no mundo. A ideia é avançar no desenvolvimento e permitir que o CAR-T seja benéfico e acessível para pacientes com outros tipos de câncer”, disse Polina.

Na imagem, as células modificadas (CAR-T), atacam as células cancerígenas. Foto: Reprodução/Memorial Sloan Kettering Cancer Center.
Na imagem, as células modificadas (CAR-T), atacam as células cancerígenas. Foto: Reprodução/Memorial Sloan Kettering Cancer Center.
Com informações do The Jerusalem Post
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