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Mãe idosa doa rim e salva vida do filho de 41 com doença renal crônica
13 de junho de 2023
- Rinaldo de Oliveira
A mãe, Célia Gil, doou um rim para salvar o filho, Daniel Gil, de 41 anos, em Brasília - Fotos: Célia Gil / Arquivo pessoal
A mãe, Célia Gil, doou um rim para salvar o filho, Daniel Gil, de 41 anos, em Brasília - Fotos: Célia Gil / Arquivo pessoal

Olha o tamanho desse amor. Uma mãe idosa do Distrito Federal doou um rim e salvou a vida do filho de 41 anos, em Brasília.

O advogado Daniel Gil foi diagnosticado com doença renal crônica há 14 anos, quando tinha 26 e, desde então, a família vinha se preparando para o transplante. Em novembro de 2022, os exames mostraram que havia chegado a hora da cirurgia.

A mãe, o irmão mais novo e a esposa de Daniel entraram na fila de potenciais doadores e, Célia Gil, a mãe, foi revelada como a mais compatível. “Se tiver que doar o fígado para o meu outro filho, farei. A medula para algum dos meus netos, também. É uma felicidade muito grande saber que posso ajudá-los”, disse Célia, atualmente com 67 anos.

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14 anos de preparação

Essa mãe, que deu vida duas vezes ao filho, se preparou durante 14 anos para preservar seus órgãos, mudando todo estilo de vida e alimentação para o dia que o transplante chegasse.

“Era rueira, trabalhava o dia inteiro, saía muito e tomava todas. Depois que soube do caso do Daniel, mudei o meu ritmo de vida porque sabia que teria de estar muito bem para ser uma doadora. Passei a sair bem menos, comecei a evitar bebidas e alimentos gordurosos”, contou Célia, ao Metrópoles.

As refeições passaram a ser feitas com menos sal, e carne vermelha e refrigerantes viraram raridade. Mais legumes e verduras foram incluídos no cardápio da família, bem como sucos naturais. “Isso foi bom para todo mundo. Estão todos com as taxas boas”, lembrou a mãe.

O sucesso do transplante

O transplante foi feito em maio no Hospital Brasília, no Distrito Federal e o filho é só gratidão.

“Tinha um risco de vida e morte iminente e ter a minha mãe como doadora era a chance de continuar vivendo, de ver a minha filha crescer, de ser um marido melhor”, lembrou Daniel.

Um mês depois do transplante, Célia segue uma vida normal, mantendo os hábitos de saúde.

Ela fará um acompanhamento médico mais detalhado do órgão ao menos uma vez ao ano.

Daniel também se recupera bem e já fala da vontade de voltar a trabalhar, mas ele ainda deve ter uma rotina mais cautelosa, porque não deixou de ser um paciente renal crônico.

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Doença renal crônica

A doença renal crônica ocorre quando o rim passa a funcionar abaixo da taxa adequada por um período superior a 90 dias, segundo explica o nefrologista Pedro Mendes, médico do Hospital Brasília, responsável pelo transplante.

As causas mais comuns são pressão alta e diabetes, quando não são controladas. A condição é irreversível e de caráter progressivo. A maioria dos tratamentos é para frear a evolução.

Doação na terceira idade

Idade não é impeditivo para a doação de órgãos, o critério mais importante é o estado de saúde do doador.

Em geral, aceita-se fazer o transplante de rins até os 75 anos, de acordo com o Ministério da Saúde.

E dona Célia não pensou duas vezes para ajudar o filho a ter uma vida nova.

“Fiquei viúva aos 45 anos e fiquei com dois adolescentes. Sabia que era uma responsabilidade muito grande criar dois homens decentes e saber que eu poderia ajudar mais ainda o meu filho doando um rim foi uma bênção muito grande”, concluiu a aposentada.

Depois do transplante de rim, mãe e filho passam bem em Brasília - Foto: Célia Gil / Arquivo pessoal
Depois do transplante de rim, mãe idosa e o filho passam bem em Brasília – Foto: Célia Gil / Arquivo pessoal

Com informações do Metrópoles

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