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MEC e Capes vão ajudar estudantes pretos, pardos, indígenas e PCDs
1 de julho de 2023
- Renata Dias
O MEC relança o Capes para incentivar a educação de estudantes pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência. - Foto: reprodução Correio Braziliense
O MEC relança o Capes para incentivar a educação de estudantes pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência. - Foto: reprodução Correio Braziliense

O MEC anunciou a volta do Capes, Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. O relançamento do programa vai ajudar na educação de estudantes pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência.

Em 2022, o programa foi encerrado. Até 2021, os recursos lançados giravam em torno de R$ 10 milhões. Nesta nova etapa, serão alocados mais R$ 600 milhões da Capes e do MEC em 45 projetos espalhados em várias áreas e níveis estudantis.

A iniciativa reúne ações afirmativas na pós-graduação para formar e capacitar, no Brasil e exterior.

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Temas escolhidos

Para o exterior, serão selecionados até 45 projetos de instituições de ensino superior, com prioridade para aquelas localizadas nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além de municípios com Índice Médio de Desenvolvimento Humano (IDHM).

Os projetos devem abranger os seguintes temas:

  • promoção da igualdade racial,
  • combate ao racismo,
  • difusão do conhecimento da história e cultura afro-brasileira e indígena,
  • educação intercultural,
  • acessibilidade,
  • inclusão e
  • tecnologia assistiva

Também podem estar relacionados à pesquisa e ao desenvolvimento de produtos, equipamentos, serviços e métodos destinados à autonomia das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.

Serão concedidas bolsas de mestrado e doutorado-sanduíche (quando parte é feita no Brasil e outra no exterior), além de recursos de custeio para estudos em universidades estrangeiras de excelência.

A medida promove a cooperação internacional e estimula pesquisas para o desenvolvimento científico tecnológico e de inovação.

Critérios

A proposta apresentada precisa ter, no mínimo, uma instituição brasileira e outra no exterior. O programa determina que, pelo menos, 50% das missões de estudo fora do país sejam realizadas por mulheres.

Ao todo, a Capes investirá R$ 260 milhões ao longo de quatro anos.

O Abdias do Nascimento também destinará mais de R$ 56 milhões de reais para o desenvolvimento de práticas inclusivas na sala de aula e mais de R$ 23 milhões para tutoria em língua portuguesa voltada para estudantes indígenas.

A Secadi destinará R$ 40 milhões em quatro anos e programas preparatórios para pós-graduação.

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Mais inclusão

Durante o relançamento do programa, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que, para garantir a inclusão no país, em breve será colocada em prática uma “grande política nacional de inclusão” nas escolas públicas.

Segundo Camilo Santana, o projeto ainda está sendo preparado. De acordo com ele, serão executadas ações para dar mais acesso aos jovens pretos e pretas, quilombolas e indígenas.

Mestre muito especial

A mestre de cerimônia da solenidade foi a jovem Mirela Arcangelo, de 16 anos. Menina preta, pobre, que fez uma reportagem em um jornal de bairro e contou que o sonho dela era ser jornalista como Glória Maria.

Para a secretária da Secadi, Zara Figueiredo, que fez a abertura da cerimônia e convidou Mirela, o programa Abdias Nascimento vai ajudar meninas como esta jovem a realizar sonhos: “Ela continua sonhando em ser jornalista”.

A logomarca do programa é baseada em uma das obras de Abdias Nascimento, que começou a pintar em 1968: o ideograma Adinkra, é de 1992, que representa símbolos, provérbios e aforismos da escrita Akan, na África Ocidental.

Abdias Nascimento

A viúva de Abdias Nascimento, Elisa Larkin Nascimento, relatou a luta do marido em defesa dos direitos dos pretos, indígenas e quilombolas, quando foi deputado no Congresso Nacional, como a criação do Dia Nacional da Consciência Negra.

Também foi Abdias Nascimento um dos precursores da defesa da obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, a criminalização do racismo, a definição do racismo e da discriminação racial, e do racismo como crime qualificado.

Com informações do Governo Federal.

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