Vai um cafezinho aí para acordar? Pesquisadores concluíram que a magia do despertar e animar está associada, sim, à cafeína, presente em várias bebidas, mas apenas ela não explica o que se passa no organismo humano, quando há um “gatilho” para retirar do estado de descanso para a ação. O mistério ainda não foi desfeito.
Os cientistas analisaram homens e mulheres, na faixa dos 30 anos, acostumados a tomar pelo menos uma xícara por dia. O resultado mostrou que é a cafeína a força motriz do alerta e do humor também, mas são necessários elementos extras, que ainda não foram identificados.
“Há uma expectativa comum de que o café aumenta o estado de alerta e o funcionamento psicomotor,” disse Nuno Sousa, um dos pesquisadores da Universidade do Minho, em Portugal.
A pesquisa
Cientistas da Universidade do Minho recrutaram 47 homens e mulheres, com idade média de 30 anos, que bebiam, no mínimo, uma xícara de café por dia, e pediram que se abstivessem de comer ou beber bebidas com cafeína por pelo menos três horas antes dos experimentos.
Depois, os pesquisadores entrevistaram os participantes para coletar dados sociodemográficos e, em seguida, fizeram duas breves ressonâncias magnéticas funcionais. Houve ainda duas entrevistas posteriores em intervalos entre a ingestão do café.
Os resultados mostraram que a conectividade da rede de modo padrão do cérebro diminuiu, tanto depois de beber café como depois de tomar cafeína, o que indica que consumir cafeína ou café deixou as pessoas mais preparadas para passar do descanso para o trabalho nas tarefas.
“Os dados também mostram que a ingestão de cafeína apenas reproduziu o impacto do café no modo padrão posterior [DMN] posterior, desvinculando assim os efeitos neuroquímicos da cafeína da experiência de tomar um café”, informou o estudo.
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A cafeína
A pesquisa revelou ainda que beber café aumentou a conectividade na rede visual superior e na rede de controle executivo direita, partes do cérebro envolvidas na memória de trabalho, controle cognitivo e comportamento direcionado a objetivos.
A grande novidade é que isso não se passou quando os participantes tomaram apenas cafeína. O “fenômeno” ocorre não apenas com a cafeína sozinha.
De acordo com os estudos, é necessário que outros compostos do café estejam envolvidos na “ativação” ao tomar o cafezinho de manhã, não sendo este um efeito da cafeína.
“Levando em conta que alguns dos efeitos que encontramos foram reproduzidos pela cafeína, podemos esperar que outras bebidas com cafeína compartilhem alguns dos efeitos,” disse Maria Pérez, uma das pesquisadoras do projeto.
Segundo a cientista, ao que tudo indica, há fatores psicológicos envolvidos neste processo, como o odor do café, por exemplo, que também devem ser considerados e objeto de mais estudos.
Com informações do Diário da Saúde e no artigo publicado pelos cientistas, clique aqui.