Refugiados afegãos, com sarna em aeroporto, já estão em hotel no litoral de SP
As famílias dos 150 refugiados afegãos, que estavam provisoriamente no Aeroporto de Guarulhos (SP), foram transferidas para o hotel Colônia de Férias do Sindicato dos Químicos, em Praia Grande, em São Paulo.
O grupo foi colocado em 50 apartamentos com camas, armários, ventilador, microondas, televisão e suporte de apoio. O processo de transferência foi definido depois de um surto de sarna entre os afegãos.
Eles foram levados nesta sexta-feira (30) e receberam atendimento médico após uma ação conjunta da Secretaria Nacional de Justiça, do governo de São Paulo, das prefeituras de Guarulhos e Praia Grande, além do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e da Organização Internacional para as Migrações Cáritas (OIM).
A contaminação
Doença de contaminação rápida e transmitida entre os humanos, a sarna prolifera em ambientes sujos e de higiene insatisfatória. Das 150 pessoas, há 35 crianças e 16 adolescentes.
A população do Afeganistão é uma das que mais sofrem com conflitos políticos e religiosos, além das adversidades climáticas, como secas e baixas temperaturas no inverno.
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Ganharam conforto
Diferentemente do saguão de um aeroporto, onde as famílias estavam vivendo, a Colônia tem tudo que elas precisam para viver com dignidade.
Nas áreas comuns, que poderão ser utilizadas por todos, há jardim, piscina e um espaço exclusivo para tratamento de saúde e refeições.
O que é ser refugiado
Pela lei de refúgio nº 9474/1997, há três situações bem específicas em que uma pessoa é considerada refugiada.
No caso dos afegãos, eles se enquadram nas três situações:
- Por temerem perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas;
- Estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possam ou não queiram regressar em função das circunstâncias anteriores;
- Generalizada violação de direitos humanos.
Com a forte influência e pressão do grupo fundamentalista religioso Talibã, o Afeganistão voltou a sofrer ainda mais as vulnerabilidades sociais.
Busca por vida melhor
Segundo o relatório atual da Acnur, no período entre janeiro de 2022 e abril de 2023, mais de 6.000 afegãos chegaram no Brasil.
De acordo com as autoridades, o esforço é que essas pessoas consigam ter uma vida digna no país escolhido como nova casa.
Somente em junho deste ano, 356 tinham solicitação ativa de refúgio.
Com informações de Agência Brasil.