Um hospital autorizou uma cadela a acompanhar a tutora autista durante o parto da mulher. Acredita-se que essa foi uma das primeiras liberações desse tipo. Além do parto, a cachorrinha acompanhou a humana durante todas as consultas na gravidez.
Belle é um cão de serviço e ajuda Amee, desde 2021, nas crises de pânico, nos surtos de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e no Transtorno do Espectro Autista (TEA);
Amee Tomkin, de 33 anos, deu à luz ao filho Olly, na companhia da bull terrier de dois aninhos. A cachorrinha foi a primeira a conhecer o irmãozinho, no Hospital Universitário Milton Keynes, no Reino Unido.
“Natureza calma”
Belle foi adotada e treinada ainda quando era filhote, por Amee. A tutora explicou ainda que se não fosse a cachorrinha, ela ficaria em casa todos os dias.
“Ela aperta botões dos elevadores e até segura meu cartão de débito contra a máquina para pagar coisas quando estamos fazendo compras”, contou a tutora.
Antes da cadelinha, a mulher tinha dificuldades em fazer atividades rotineiras. “Basicamente, sem ela, fico muito ansiosa para sair de casa”, disse.
Gravidez mais do que desejada
Amee teve dificuldade em engravidar, foram 12 anos de tratamentos de fertilidade, e quando a notícia boa finalmente chegou, a cadela esteve presente em todas as consultas.
“Ela sempre recebia elogios por me acompanhar e por sua natureza lindamente calma”, explicou a tutora.
A cadelinha não parava de surpreender sua amiga e foi capaz inclusive de aprender a ouvir os batimentos cardíacos. “Ela até aprendeu a distinguir entre os batimentos cardíacos do bebê e os meus, foi uma grande segurança”.
Não seria justo Belle participar de todo o processo e ficar de fora do parto, né?
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Convidada de honra
Amee fez questão de deixar claro para equipe do hospital que, sem a cachorrinha presente, não teria a tranquilidade necessária para dar à luz. Diante do apelo, o hospital liberou cadela para acompanhar a tutora autista durante parto.
A Direção da Unidade Hospitalar compreendeu e permitiu a presença da pet, deixando a mãe de primeira viagem mais aliviada.
Enquanto a tutora estava na mesa de cirurgia, Belle ficou em um quarto ao lado esperando a mamãe e o novo “irmãozinho” chegarem.
“Foi decidido que uma cesariana seria melhor para a minha ansiedade e autismo, pois eu saberia exatamente o que estava acontecendo. Belle teve permissão de ficar comigo antes de eu ir para a mesa e depois nos deram nosso próprio quarto”, contou a mamãe Amee.
Como recebeu o bebê
O bebê chegou ao mundo muito saudável e quando os dois foram encaminhados para o quarto, Belle recebeu Olly da melhor maneira possível.
“Assim que Belle o viu, ela o cheirou gentilmente e deu uma pequena lambida em seu rosto. Desde então, ela nunca mais saiu do lado dele”, explicou.
Agora, com os três já no quarto, Belle não se afastava da criança.
“Em vez de descansar o nariz na minha barriga, ela passou a colocar o nariz no umbigo do bebê, como se estivesse verificando se o coração e a respiração estão ok”, lembrou.
A parteira oficial contou que a cachorrinha foi fundamental para a mãe manter a calma.
Padrões de higiene
O hospital manteve todos os padrões de higiene para que a cadela pudesse acompanhar sua tutora autista durante o parto.
“Nossa equipe de controle de infecção estava ciente de que o cão-guia estava na enfermaria e, como tal, implementou medidas extras de limpeza para que o ambiente atendesse aos nossos rigorosos padrões de limpeza e higiene”, disse a equipe do Milton Keynes em nota.
A decisão teve como base a Lei da Igualdade de 2012, que facilita e garante que todos os pacientes de hospitais tenham o apoio que precisam para receber cuidados de alta qualidade.
Cães-guia não são incomuns em hospitais, e estão lá justamente para garantir o melhor ambiente para os tutores que precisam deles.
Com informações de Hospital Universitário Milton Keynes.