Mais uma conquista para a medicina brasileira, que conseguiu realizar o primeiro autotransplante do país. O caso em particular foi de um paciente que teve o pulmão operado fora do corpo e recolocado logo após o procedimento.
O responsável pela cirurgia foi o Dr. Marcos Samano, único médico no Brasil que realiza o procedimento. No caso do paciente escolhido, o especialista conta que o câncer já estava em metástase e não respondia mais aos tratamentos.
“O quadro dele já não respondia mais às opções de tratamentos convencionais. Discutimos o caso com a equipe médica e o paciente, e decidimos pelo autotransplante de pulmão”, relata o cirurgião torácico responsável, Marcos Samano. “O procedimento durou cerca de 10 horas e foi um sucesso”, celebrou o especialista, em entrevista ao Só Notícia Boa.
Procedimento inédito
Segundo o médico, o paciente passou seis anos tratando tumores em várias pequenas lesões nos pulmões com quimioterapia e ablação por radiofrequência. O pulmão esquerdo melhorou, mas a lesão no pulmão direito cresceu.
A última esperança dele era o autotransplante e a resposta foi bastante positiva.
A cirurgia foi realizada no primeiro semestre deste ano, no Hospital São Luiz Itaim, unidade da Rede D’Or em São Paulo. O paciente tinha inicialmente um tumor na perna, que evoluiu para um quadro de metástase, atingindo o pulmão.
“Nesta técnica, retiramos o pulmão, neste caso o direito, e removemos o tumor, para então reimplantar o órgão no paciente”, explica Dr. Marcos.
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Técnica complexa, mas revolucionária
Segundo Dr. Marcos Samano, a técnica pode proporcionar a cura de pacientes com câncer que atualmente são considerados casos paliativos.
“Trata-se de uma cirurgia altamente complexa, que exige uma equipe multidisciplinar para acompanhar o paciente”, explicou o médico.
“Além é claro, de toda uma estrutura física de aparelhos de última tecnologia para receber este órgão, e mantê-lo em condições de conservação. Com isso temos tempo hábil para retirar o tumor e em seguida devolver o órgão para o corpo”, completou.
Após a cirurgia, o paciente seguiu para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para observação e, em menos de 24 horas, já respirava sem ajuda de aparelho. Após 12 dias recebeu alta médica.
De acordo com o cirurgião, alguns casos considerados inoperáveis poderiam ser submetidos ao autotransplante com sucesso. Ele atribui o número pequeno de casos ao pouco conhecimento dos profissionais a esta técnica inovadora.