Esta notícia boa demorou três anos. O Copom finalmente cortou a Selic, taxa básica de juros. A redução, anunciada na noite desta quarta, 2 de agosto, foi em 0,5 ponto percentual. Assim, a Selic caiu de 13,75% para 13,25% ao ano.
A redução tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central era esperada pelo governo federal e também pelo mercado financeiro. Esse foi o primeiro corte da taxa básica de juros desde agosto de 2020, o pico da pandemia de Covid-19, quando a selic caiu de 2,5% para 2% ao ano e depois disso só subiu, chegando a 13,75% em agosto de 2022.
“As medidas mais recentes de inflação subjacente apresentaram queda, mas ainda se situam acima da meta para a inflação”, justificou o Copom ao reduzir a selic, em nota no site do Banco Central
Pressão do governo e da inflação
A decisão demorada do Copom vem depois de fortes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e integrantes do governo federal.
Eles alegam que a alta taxa de juros tem inibido o crescimento da economia brasileira.
Também sustentam que a inflação em queda desde o início do governo justifica o corte na Selic.
A taxa básica de juros da economia, a Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.
O índice influencia todas as taxas de juros do país, incluindo juros de empréstimos, de financiamentos e de aplicações financeiras.
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Novo time do Copom
Esta reunião foi a primeira reunião com a nova formatação do comitê já com Gabriel Galípolo e Ailton Aquino para a diretoria do Banco Central, indicados por Lula e aprovados pelo Senado.
O governo espera que nas próximas reuniões – marcadas para setembro, outubro e dezembro, o Copom volte a cortar a Selic.
E tem motivo para isso: a meta de inflação fixada para este ano é de 3,25% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – caiu de 4,9% para 4,84% neste ano.
A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (31), pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,89%.
Já para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.
Trocando em miúdos, a economia brasileira voltou aos trilhos e com inflação baixa e juros baixos a tendência é que o consumo aumente, a produção por demanda também e cresça a geração de empregos, por consequência.