Que notícia boa! Cientistas conseguiram regenerar células da retina com um novo tratamento baseado na nanotecnologia. O trabalho está sendo desenvolvido na Universidade Nottingham Trent, no Reino Unido.
Eles usaram a inovação para tratar a degeneração macular, que está aumentando no mundo desenvolvido e é a principal causa de cegueira no planeta, causada pela perda de células dessa parte importante do olho chamada retina.
Os cientistas fizeram as células da retina humana crescerem com material sintético semelhante ao tecido verdadeiro, com melhorias substanciais em relação aos materiais usados anteriormente, como a celulose. Agora, eles querem testar o novo método em pessoas cegas para que possam enxergar.
Estruturas 3D com nanofibras poliméricas
Como os seres humanos não têm capacidade de regenerar células pigmentares da retina, os cientistas decidiram fazer isso in vitro, usando células-tronco pluripotentes.
Eles disseram que, em exemplos anteriores deste procedimento, as células foram cultivadas em superfícies planas, em vez de uma que se assemelhasse à membrana da retina. E isso limitava a eficácia das células transplantadas.
No estudo realizado na Universidade Nottingham Trent, no Reino Unido, a cientista biomédica Biola Egbowon e colegas fabricaram estruturas 3D com nanofibras poliméricas e revestiram-nas com um esteróide para reduzir a inflamação.
A técnica
A equipe esguichou polímeros de poliacrilonitrila e Jeffamine na forma fundida por meio de uma corrente elétrica em uma técnica conhecida como “eletrofiação”.
A alta voltagem causou mudanças moleculares nos polímeros que os tornaram sólidos novamente, assemelhando-se a uma estrutura de pequenas fibras que atraíam água, mas mantinham a resistência mecânica.
Depois disso, o local foi tratado com antiinflamatório esteroide.
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Viável por 150 dias
Este emparelhamento único de materiais misturados com a eletrofiação criou uma estrutura única que manteve as células pigmentares da retina viáveis por 150 dias fora de qualquer paciente humano em potencial.
“Embora isto possa indicar o potencial de tais estruturas celularizadas na medicina regenerativa, não aborda a questão da biocompatibilidade com o tecido humano”, alertam Egbowon e colegas no seu artigo.
Agora eles querem fazer mais estudos, especificamente no que diz respeito à orientação das células para saber se elas podem manter um bom suprimento de sangue durante o tratamento.
Segundo relatório do Ministério da Saúde, em 2022, a degeneração macular foi a principal causa de cegueira irreversível em indivíduos com mais de 50 anos nos países desenvolvidos.
No Brasil, 2,2% de pessoas na faixa etária de 70-79 anos e até 10,3% com 80 ou mais anos têm a doença.
Com informações da ScienceDirect