Simpáticas, articuladas e lindas, as gêmeas Betina e Cecília postam vídeos em que buscam conscientizar sobre autismo e encantam nas redes. Aos 7 anos, as meninas desfazem mitos e impressões equivocadas sobre TEA (Transtorno do Espectro Autista). Sem o tom professoral ou técnico, até porque são crianças, ensinam como tratar e compreender quem convive com o diagnóstico.
Betina é autista no nível 2, enquanto Cecília no nível 1. Assim, as gêmeas idênticas explicam as diferenças existentes de quem convive com o autismo e como tratar. Nas redes sociais, aumenta o número de seguidores, pessoas que se identificam com as meninas.
“Autistas não iguais”, disse Betina. “Eu tinha atraso da fala”, afirmou Cecília. “E, eu não”, reagiu Betina. A mãe das meninas, Gabriela Vier, que é responsável pela página no Instagram que tem 359 publicações, a maioria de vídeos, e 107 mil seguidores. As gêmeas também têm vídeos postados no TikTok.
Autismo e as diferenças
No vídeo, vestidas iguais e muito parecidas, as gêmeas falam de coisas do dia a dia e das diferenças entre si.
Uma menina conta que não anda nas pontas dos pés e tem seletividade alimentar – come apenas alguns alimentos e sempre preparados da mesma forma.
A outra garotinha reage, afirmando que anda nas pontas dos pés, diferentemente da irmãzinha, e que não tem seletividade alimentar.
Betina afirma, no vídeo, que perdeu o medo de lavar cabelo. Sorrindo, Cecília diz que ainda teme lavar o cabelo.
E, assim vão. “Eu tenho dificuldade de me concentrar”, afirmou uma delas. “Eu não tenho dificuldade para me concentrar”, acrescentou a outra.
Nas redes sociais, Gabriela, a mãe das meninas, tem mais dois filhos também diagnosticados com autismo.
Reações nas redes
As gêmeas Betina e Cecília têm uma legião de fãs. Em geral, são pessoas com casos de autismo muito próximo e que aproveitam os vídeos também para comentar sobre o que vivem.
“Amei o vídeo. Esta é a história nova na minha vida .Elas são lindas .A minha cabeça está bem difícil de entender esta nova história que Deus nos mandou”, afirmou uma pessoa.
Outra seguidora, docemente, reagiu: “A tia também tem um autista em casa e já participei de tudo que vocês estão passando. Mas esperem um pouquinho porque quando vocês crescerem tudo vai ficar mais fácil. Confiem em vocês e logo, logo, os medos e inseguranças irão passar”.
Uma internauta vislumbra o futuro dela semelhante às conquistas das gêmeas.
“Só em ouvi-la dizendo que tinha atraso na fala e falando tão perfeitinho fortalece mais minha esperança de um dia ouvir a voz do meu menino. Ele só tem 2 anos e estamos aguardando para iniciar as terapias, tenho certeza que ele também vai se desenvolver assim.”
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Os níveis do TEA
O autismo é observado a partir das dificuldades de interações sociais, considerando diferentes níveis também chamados de graus:
Nível 1 – convivem em sociedade sem necessidade de suporte externo
Nível 2 – convivem em sociedade, mas precisam de algum suporte
Nível 3 – para o convívio social necessitam de apoio total
A psiquiatria atual rebate os termos “leve, moderado e severo” para autismo.
Recomendações
Nos vídeos, as gêmeas não dão recomendações nem fazem sugestões, apenas apontam como gostam de ser tratadas e compreendida.
Os especialistas, no entanto, advertem: uma vez confirmado o diagnóstico, é preciso agir.
Procure compreender exatamente o que é o autismo;
Busque conversar e entender por meio de diálogos com outras pessoas que convivem com a condição em grupos na web, por exemplo;
Realize o teste de rastreamento, o Autism Spectrum Quotient (AQ): não é definidor, mas é uma referência.
A mãe Gabriela Vier com as gêmeas Betina e Cecília: em defesa da inclusão social
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Meninas gêmeas fazem conscientização sobre autismo e encantam nas redes
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