Um estudante brasileiro conseguiu fazer um papel sustentável usando a fibra da planta espada-de-são-jorge. O papel biodegradável reúne várias vantagens: o aproveitando de uma planta nacional, a sustentabilidade e o possível preço acessível de mercado – por enquanto não há um valor fechado para o produto. Os resultados são surpreendentes!
Nicolas Moreira, de 16 anos, divide seu tempo entre as aulas do Colégio Estadual da Bahia, no 2° ano, e atividades no Centro Juvenil de Ciência e Cultura (CJCC) de Salvador. No CJCC, o estudante participou da oficina “Sementas da Bahia”, ministrada pela professora Laísa Brandão, onde desenvolveu o projeto.
O sucesso foi tão grande que Nicolas, que sonha em ser biólogo, e a professora Laísa foram convidados para a 75° Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que aconteceu na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, no Paraná.
Fabricação
De acordo com Nicolas, a fabricação do projeto é fácil e tem cinco etapas: Coleta das folhas, trituração, molde e impressão.
O estudante, para desenvolver o papel a partir da espada-de-são-jorge, primeiro procura folhas boas da planta.
Depois, ele as tritura em um liquidificador com duas medidas de água para cada uma delas.
“A fibra dessa planta, juntamente com água, permite a produção de papel totalmente natural e resistente, utilizando equipamentos simples como liquidificador e tela de serigrafia”, explicou o garoto.
A mistura é depositada em um molde de impressão manual de telas e moldado em forma de uma folha de ofício A6. Simples e rápido!
Sustentável
Além de contribuir para o meio ambiente, o preparo do papel não gasta muito.
“É uma produção sustentável em todos os aspectos, desde a produção que não gasta muito, até o cultivo e a manufatura que podem ser feitos até na cozinha de casa”, disse Nicolas.
O jovem inventor que agora entende mais se o papel desenvolvido pode ser comercializado em escala comercial. “A ideia é fazer cadernos e livros mais sustentáveis”, disse.
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Vantagens
Além da espada-de-são-jorge ser uma planta que se reproduz facilmente, resistindo a climas quentes, áridos e longos períodos sem água, ela também tem outras vantagens.
Laísa explicou que, quando comparado ao papel convencional, comumente fabricado com madeira de eucalipto, o papel de fibra de São Jorge pode ajudar até mesmo na recuperação do meio ambiente.
Quando plantada, a espada-de-são-jorge pode recuperar o solo degradado por eucaliptos, por exemplo.
Centro Juvenil de Ciência e Cultura (CJCC)
Todo o trabalho foi desenvolvido no Centro Juvenil de Salvador, um centro focado em atividades extra-curriculares.
Foi lá que a ideia de Nicolas foi abraçada por Laísa.
“Isso nos mostra como é importante investir em espaços como o Centro Juvenil, para detectarmos essas pérolas e dar suporte para que elas se desenvolvam profissionalmente e como pessoas”, disse Laísa ressaltando a importância do Centro.
Nascido em Feira de Santana, mas criado em Salvador, Nicolas procurou o local movido pela paixão pelo cultivo de plantas. Agora, o garoto que sonha em ser biólogo, quer se dedicar à pesquisa.
“Ainda estou avaliando para que área da biologia eu vou, mas, sem dúvidas, será para me dedicar à ciência e à pesquisa para fazer a diferença na vida das pessoas”, disse.
Com informações Acorda Cidade e Cabrália Brilha.