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Butantan desenvolve pomada cicatrizante que cura feridas sem deixar queloide
6 de setembro de 2023
- Monique de Carvalho
O Butatan está em processo de desenvolvimento da pomada cicatrizante e logo disponibilizar para comercialização - Foto: Pixabay
O Butatan está em processo de desenvolvimento da pomada cicatrizante e logo disponibilizar para comercialização - Foto: Pixabay

Pesquisadoras do Laboratório de Desenvolvimento e Inovação (LDI) do Instituto Butantan, ligado à Secretaria de Estado da Saúde (SES), de São Paulo, testam uma pomada com elevado poder cicatrizante cujo princípio ativo é produzido por uma espécie de fungo isolado da Caatinga.

O uso tópico da pomada está em testes por um convênio com a startup BiotechnoScience Farmacêutica. Resultados do estudo pré-clínico indicam que o produto é seguro e capaz de regenerar o tecido da pele machucada de forma muito eficiente, sem induzir a formação de cicatrizes e queloides.

“Ao serem testadas com relação ao efeito antitumoral, ou seja, a capacidade de matar as células causadoras de câncer, surgiu a hipótese de que uma das moléculas poderia ter efeito na regeneração celular, que é um processo relacionado à cicatrização de feridas”, disse Ana Olívia, pesquisadora do LDI, ao Só Notícia Boa.

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Efeito regenerador

O estudo foi iniciado em 2010 por Ana Olívia. Na época, a cientista isolou um fungo da família Pleosporaceae presente na vegetação da Caatinga, existente em vários estados do Brasil.

O bioma foi selecionado por ser ainda um ambiente pouco estudado e por ter uma rica biodiversidade, tanto em vegetais como em espécies de microrganismos.

Com a hipótese de que o fungo tinha efeito regenerador na pele humana, novos estudos foram conduzidos in vitro em células endoteliais e fibroblastos para testar o efeito e o mecanismo de indução da regeneração celular.

Em 2018, após resultados positivos, o Butantan entrou com o pedido de patente de uma formulação com ação cicatrizante junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

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Desenvolvimento e comercialização

A patente poderá ser licenciada para a BiotechnoScience Farmacêutica, uma startup fundada em 2021 que tem um acordo de colaboração e de compartilhamento de infraestrutura para utilizar os laboratórios do Butantan.

A farmacêutica está desenvolvendo o produto de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para registro de produto dermatológico. No momento que for comercializá-lo, a empresa depositará royalties ao Butantan.

Ana Olívia de Souza, pesquisadora do LDI - Foto: divulgação
Ana Olívia de Souza, pesquisadora do LDI – Foto: divulgação
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