Diante do computador, a surpresa tão desejada. Uma mãe não acredita quando o filho autista, até então não verbal nível 3, fala pela primeira vez com um amiguinho por videochamada. O momento, compartilhado nas redes sociais, viralizou.
O pequeno não só falou, como cumprimentou e repetiu o nome do melhor amigo. A comemoração foi tremenda. Nathália Rangel, de 25 anos, mora em Curitiba (Paraná), é mãe do Joaquim, de 5, e sempre compartilha a rotina dele nas redes.
Segundo a mãe, até o momento do vídeo com o amiguinho, a fala não era presente. “Esse: ‘Oi, Theo’, encheu meu coração de um jeito tão inexplicável que merece o feed”, reagiu a mãe.
A fala
Nathália sempre expõe as dificuldades e os desafios com o filho autista. A reação do menino diante do melhor amigo Theo e a fala dele representam para ela um avanço imenso e muito esperado.
No vídeo, Nathália segura Joaquim no colo, enquanto explica que os dois vão conversar com Theo, o amiguinho do garoto. Foi aí que Joaquim, sorrindo, diz: “Oi, Theo”. E, repete: “Theo”.
Nathália não conteve a alegria de ouvir o filho falando pela primeira vez e o abraçou muito.
A mãe explica que, desde o dia do vídeo, Joaquim passou a se comunicar inclusive pedindo mamadeira.
“Obrigada, meu Deus. Que seja só o começo de sua evolução meu filho, meu Joaquim, você é meu orgulho”, ressaltou a mãe.
O desabafo
Nathália desabafou: “Esperei 5 anos para te ouvir falar meu filho, que orgulho, que alegria que não cabe em mim, obrigada senhor. Fala funcional, espontânea, não é ecolalia”.
Ecolalia, a qual Nathália se refere, é um distúrbio do desenvolvimento da fala que ocorre em algumas pessoas com autismo.
Nesse transtorno, as pessoas repetem com frequência as palavras ou frases ditas na TV, em vídeos ou por outras pessoas, mesmo que isso não faça sentido para o que se deseja comunicar.
Reações nas redes
A alegria da Nathália com o Joaquim movimentou bastante as redes sociais da mãe esta semana. Os comentários de apoio e o compartilhamento do vídeo foram imediatos.
“Sei bem como é comemorar cada conquista. Minha filha de 5 anos não fala, ela tem paralisia cerebral, mas às vezes escapa ‘mamã, pai…vó’. A festa é garantida nesses momentos. Quando do você tem um filho com deficiência, aprende a valorizar cada ‘pequena coisa’”, ensinou uma mãe.
Uma internauta parabenizou a dupla vitória: “Quanta felicidade, parabéns Joaquim, parabéns mamãe”.
Outra seguidora acrescentou que: “Quem tem um autista sabe a delícia que são as primeiras palavras”.
Leia mais notícia boa:
- Meninas gêmeas fazem conscientização sobre autismo e encantam nas redes; Vídeo
- Psiquiatra descobre que é autista aos 42 anos e ajuda desmistificar transtorno nas redes
- Autista de 13 publica artigo científico sobre benefício de caracóis na indústria de cosméticos
O autismo
O autismo é observado a partir das dificuldades de interações sociais:
- Nível 1 – convivem em sociedade sem necessidade de suporte externo
- Nível 2 – convivem em sociedade, mas precisam de algum suporte
- Nível 3 – para o convívio social necessitam de apoio total
Não se utiliza mais as expressões “leve, moderado e severo” para autismo.
O nível 3 é o estágio mais agravado do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
As pessoas com esse nível de autismo são mais dependentes e geralmente têm dificuldades de comunicação, como é o caso do Joaquim.
Recomendações para verificar o diagnóstico
Ao ter o diagnóstico, mas não se prenda a ele nem sofra, apenas se examine e reflita sobre o comportamento que tem;
- Busque compreender exatamente o que é a Condição do Espectro Autista (CEA);
- Tente conversar e entender por meio de diálogos com outras pessoas que convivem com a condição em grupos na web, por exemplo;
- Realize o teste de rastreamento, o Autism Spectrum Quotient (AQ): não é definidor, mas é uma referência;
- Localize um psiquiatra e um neuropsicólogo para o tratamento.
Assista ao vídeo da mãe e do filho autista que fala pela 1ª vez com amiguinho:
Ver essa foto no Instagram
Joaquim diagnosticado com TEA nível 3 surpreendendo
Ver essa foto no Instagram