O Robins é um robô cachorrinho que pode tornar o processo de alfabetização de crianças surdas muito mais fácil e motivador. O bichinho é fofo e dentro dele tem um microcomputador muito versátil.
A educação de crianças surdas ainda é um desafio que exige abordagens especiais e lúdicas. A ideia é que Robins seja uma espécie de auxiliar/assistente no ensino para os pequenos e não que substitua os humanos.
Oscar Julián Perdomo Charry, professor do Programa de Engenharia Biomédica da Universidade de Rosário, é o responsável pela criação do dispositivo interativo para apoiar menores com deficiência auditiva.
Grupo multidisciplinar
No mercado, há diversas opções de assistentes virtuais, mas que não contemplam todas as pessoas com deficiência.
“Vimos que existem diferentes assistentes, mas todos são ativados por voz, como é o caso da Siri ou da Alexa. Nos colocamos no lugar de quem não falava e percebemos que esses sistemas não são funcionais para eles”, explicou Oscar.
Junto com Hernán Bernal e Álvaro David, membros de um grupo de Braille, o professor começou a estudar soluções para deficientes auditivos.
O grupo, que deu início ao Robins é multidisciplinar. São engenheiros, terapeutas ocupacionais, psicólogos e fonoaudiólogos, além de claro, instituições colombianas que atendem crianças com perda auditiva. Todos unidos em prol de transformar o processo de alfabetização de crianças surdas mais motivador.
Robins
Segundo Oscar, o Robins é programado com expressões faciais automáticas e o reconhecimento da linguagem de sinais.
Todo impresso em impressora 3D, o dispositivo é de baixo custo e pode ser configurado de acordo com as necessidades de cada criança.
Além disso, o Robins, robô que ajuda crianças surdas, é equipado com uma câmera, uma tela sensível ao toque e um cartão eletrônico que reconhece automaticamente as expressões faciais da criança. Tudo isso é baseado em inteligência artificial!
Os olhos são formados por duas telas de LED coloridas, que se movimentam e tornam a interação com a criança mais divertida.
Além disso, o bichinho ganhou uma capa de pelúcia, que segundo pesquisadores da Terapia Ocupacional e Posologia, atraem mais as crianças.
Funcionamento
A câmera instalada no Robins serve para o dispositivo interagir com o que está gravando.
“Gravamos vídeos de pessoas fazendo sinais do alfabeto para que o ‘cachorro’ aprenda que quando determinado sinal é feito, uma determinada letra do alfabeto está sendo gerada no alfabeto da impressão digital”, explicou o neuropsicólogo Cadavid Espinha.
Inicialmente, o robô mostra uma imagem que corresponde ao texto que o acompanha, assim a criança deve apontar uma das letras da palavra.
No caso de uma abelha, a imagem do animal aparece na tela com a palavra espanhola escrita abaixo e a marca da primeira letra em vermelho. O aluno deve então produzir o sinal da impressão digital para a letra A.
Essa é apenas a primeira fase do aprendizado, que vai evoluindo de acordo com o conhecimento adquirido pela criança.
Na fase seguinte, o robô apresenta sinais gravados por uma pessoa surda, o que permite trabalhar com palavras que não são visualmente concretas como ‘liberdade’ e ‘justiça’.
“A tecnologia constitui aquele ponto extra ou mais-valia para a motivação das crianças, uma vez que o processo de aprendizagem tradicional gera uma certa resistência”, disse Cadavid.
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Futuro
Para o futuro, os testes vão começar com crianças.
“Estamos trabalhando na forma como graduamos as atividades em termos de dificuldade, porque se for muito simples não gerará motivação na criança e se for muito difícil pode produzir frustração”, explicou a professora Karen Aguía Rojas, do programa de Terapia Ocupacional.
O robô Robins não vem para substituir toda e qualquer aprendizagem tradicional, mas é um complemento de ações já implementadas.
“O robô serve para promover a motivação de forma mais lúdica. Não é o típico professor na frente do aluno, mas é um elemento a mais, que pode fornecer feedback com movimentos faciais e jogos”, explicou a terapeuta.
Veja o Robins em ação lendo os movimentos de sinais de linguagem;
Com informações da Universidade del Rosario.