Em um gesto de solidariedade e amor, uma mulher fez a doação de rim para sua irmã, que passou por hemodiálise durante 8 meses. A enfermeira Daniela Ribas, de 31 anos, doou parte de si no momento em que a saúde da irmã Rosângela Fernanda, de 40, mais precisava.
A ligação entre elas, com o gesto, se tornou ainda mais forte. Tudo aconteceu no Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba, no Paraná, local onde Daniela trabalha. Depois de ver a irmã sofrendo com a doença renal, ela tomou uma decisão.
“Sem que ela soubesse, solicitei o exame de histocompatibilidade para o nefrologista responsável e, dias depois, chorei de emoção ao descobrir que poderia ser doadora”, revelou a enfermeira ao Só Notícia Boa. Agora, Rosângela ganhou uma nova vida dada pelo ato de amor da irmã mais nova.
Hemodiálise
A empresária Rosângela mora há 8 anos na cidade de Telêmaco Borba, interior do Paraná.
Ainda em 2018, a mulher começou a sofrer de insuficiência renal e o quadro foi se agravando, até que ela precisou de internação em 2021.
Foram 8 meses fazendo hemodiálise e diálise peritoneal, além de 1 ano aguardando por um rim.
Quando o órgão não funciona e nem se recupera com tratamentos convencionais, o transplante de rim é a única opção.
Para a irmã Daniela, a situação era muito dolorosa e ela decidiu ajudar de uma forma incrível. Até que em agosto de 2022, tudo mudou!
Amor de irmã
Depois do exame de histocompatibilidade, a notícia boa: a mulher era compatível e poderia fazer a doação de um rim para a irmã.
Foi acompanhando de perto a recuperação de pacientes que passaram pelo transplante renal que Daniela entendeu a importância da doação de órgãos e decidiu participar ativamente para salvar a vida de Rosângela.
“Ver minha irmã sofrendo com a doença renal crônica e dependendo da hemodiálise me fez não ter dúvidas de que precisava ajudá-la”, contou.
De mãos dadas no pré-operatório, a união das duas foi selada para toda a vida. Rosângela ganhou uma segunda chance e agora a família toda estava mais feliz!
“Salvou minha vida”
É com essas palavras que Rosângela agradece a irmã.
“Ter a Daniela como minha doadora traz uma emoção que vai além do que conseguiria expressar em palavras. Nunca vou deixá-la esquecer que, se estou aqui hoje, é porque ela tomou uma decisão grandiosa e salvou minha vida. Para ela, toda a minha gratidão e amor”, agradeceu a empresária.
Foram 12 meses de espera por um novo órgão e o final não poderia ter sido melhor.
Agora, Rosângela voltou a aproveitar os momentos em família e pode presenciar o nascimento de um netinho, tudo graças ao amor de sua irmã.
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Doações no Brasil
Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) foram quase 26 mil transplantes de órgãos, tecidos e medula óssea em 2022, e, apenas no período de janeiro a junho de 2023, foram realizadas próximo de 14,1 mil cirurgias.
No país, o número de doações tem aumentado e batido recorde ao alcançar uma média de 19,2 doadores por milhão de habitantes no primeiro semestre de 2023.
O procedimento não é fácil.
“Envolve toda uma equipe multidisciplinar para que pacientes deixem a condição de dependência de uma máquina para enfim serem inseridos na sociedade. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos e tantos outros profissionais que gerenciam a lista, avaliam pacientes, preparam e fazem o acompanhamento pós-cirúrgico”, analisou o nefrologista do Hospital Universitário Cajuru, Alexandre Tortoza Bignelli.
Como me tornar doador?
No Brasil, a doação de órgãos só é autorizada mediante autorização familiar.
Assim, é necessário deixar claro para a família, ainda em vida, que você tem o desejo de doar.
O processo de doação só ocorre após o diagnóstico de morte encefálica, quando a família é comunicada e perguntada sobre a doação.
A doação de órgãos e tecidos segue uma série de protocolos e os órgãos do doador vão para pacientes que estão na fila de transplante.
Uma única pessoa pode ajudar até dez pacientes que estão na fila. Seja doador e salve vidas!