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Estudo aponta 10 mil registros de antigas comunidades indígenas na Amazônia
7 de outubro de 2023
- Vitor Guerras
Com o estudo, vai ser possível entender melhor sobre antigas comunidades indígenas na Amazônia. Foto: Reprodução/ Diego Lourenço Gurgel.
Com o estudo, vai ser possível entender melhor sobre antigas comunidades indígenas na Amazônia. Foto: Reprodução/ Diego Lourenço Gurgel.

Um estudo liderado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) descobriu mais de 10 mil registros de comunidades indígenas antigas na Amazônia. A pesquisa foi publicada na revista científica Science.

Com uma combinação de tecnologia para monitoramento remoto com dados arqueológicos e modelagem estatística avançada, os pesquisadores apontaram locais onde as estruturas podem ser encontradas. Chamadas de “obras de terra”, essas estruturas antecedem a chegada dos europeus ao continente.

“A pesquisa traz inúmeras evidências da ocupação ancestral da floresta amazônica por povos originários, de suas formas de vida e da relação estabelecida por eles com a floresta. A proteção de seus territórios, línguas, culturas e heranças deve ser compreendida como milenar, como são, e não ligada a uma data, que é tão recente”, disse Luiz Aragão, um dos pesquisadores envolvidos no estudo.

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Avanços científicos

Segundo Luiz, o avanço científico e tecnológico promovido pela pesquisa é imenso e envolve várias áreas de conhecimento.

“Na própria arqueologia, por meio de novas descobertas; nas ciências ambientes, demonstrando o nível de interferência humana na região, o que pode ter implicações para seu funcionalmente atual e como modelamos o futuro”, explicou o chefe da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Inpe.

Antes, as obras eram encontradas por meio de imagens do Google Earth, mas as dificuldades eram grandes devido à extensão da floresta.

Agora, com os novos lugares mapeados será possível descobrir novos sítios arqueológicos com dimensões monumentais e preservados.

“A pesquisa traz inúmeras evidências da ocupação ancestral da floresta amazônica por povos originários, de suas formas de vida e da relação estabelecida por eles com a floresta. A proteção de seus territórios, línguas, culturas e heranças deve ser compreendida como milenar, como são, e não ligada a uma data, que é tão recente”,

Tecnologia

A tecnologia foi grande aliada no estudo. Luiz Aragão e Vinicius, utilizando um laser embarcado em avião, conhecido como LiDAR (Light Detection and Ranging), e uma tecnologia de mapeamento remoto.

Com o sensor, eles conseguiram reconstruir elementos da superfície em um modelo 3D com grandes níveis de detalhamento.

Os modelos 3D auxiliaram na remoção digital da vegetação e iniciaram uma investigação arqueológica do terreno da floresta

“Investigamos um total de 0,08% da Amazônia e encontramos 24 estruturas, jamais catalogadas, nos estados do Mato Grosso, Acre, Amapá, Amazonas e Pará”, disse Vinicius.

Os achados remontam a um período entre 1500 a 500 anos atrás.

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Sociedades pré-colombianas

Para Carolina Levis, pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina, o estudo joga luz sobre um período da floresta.

“Tempos atrás, os ecólogos viam a Amazônia como a grande floresta intocada, mas agora, combinando outros tipos de vestígios pré-colombianos, podemos perceber como muitos locais que hoje sustentam uma densa floresta já foram submetidos a extensas obras de engenharia e ao cultivo e domesticação de plantas pelas sociedade pré-colombianas”, explicou Carolina.

Segundo a pesquisadora, as descobertas revelam ainda algo promissor. “Esses povos dominavam técnicas sofisticadas de manejo da terra e das plantas, em certos casos, ainda presentes nos conhecimentos e práticas dos povos atuais que podem inspirar novas formas de conviver com a floresta sem a necessidade de destruí-la”, disse.

Ao todo, 230 pesquisadores de mais de 156 instituições ,localizadas em 24 países, participaram da pesquisa.

Unindo diferentes tecnologias, os 230 pesquisadores apontaram um futuro muito promissor para diversas áreas de pesquisa. Foto: Reprodução/Shutterstosck.
Unindo diferentes tecnologias, os 230 pesquisadores apontaram um futuro muito promissor para diversas áreas de pesquisa. Foto: Reprodução/Shutterstosck.

Com informações de Governo Federal.

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