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Estudante ganha R$ 200 mil por decifrar pergaminho queimado de 2 mil anos
22 de outubro de 2023
- Vitor Guerras
O estudante decifrou o pergaminho queimado usando técnicas de inteligência artificial. Foto: Reprodução/Nature.
O estudante decifrou o pergaminho queimado usando técnicas de inteligência artificial. Foto: Reprodução/Nature.

Um estudante de Ciência da Computação de 21 anos venceu um concurso global ao conseguir decifrar um pergaminho queimado de mais de 2 mil anos. Ele ganhou R$ 200 mil. O pergaminho, feito de pele de cabra, carneiro, cordeiro ou ovelha, era o meio utilizado de escrita na Antiguidade e Idade Média, só perdeu espaço com o surgimento do papel.

Luke Farritor, de 21 anos, é estudante de Computação na Universidade de Nebraska-Lincoln, Estados Unidos, e desenvolveu um algoritmo utilizando inteligência artificial (IA). A aplicação conseguiu detectou letras gregas em várias linhas do papiro, incluindo πορϕυρας, que significa ‘roxo’.

O papiro estava ilegível, sem condições de ler, desde uma erupção vulcânica na cidade romana de Herculano, em 79 d.C, e o documento acabou carbonizado. A competição Vesuvius Challenge, que deu o prêmio ao estudante, pretendia apenas incentivar os alunos a decifrar segredos após o desastre natural do Vesúvio, mas Luke foi muito além.

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Vesuvius Challenge

O Desafio de Vesúvio ofereceu uma série de prêmios para aqueles que decifrassem pergaminhos antigos.

A principal competição ofereceu US$ 700 mil e os participantes tinham que ler quatro ou mais passagens de um pergaminho enrolado.

Luke ganhou o prêmio de “primeiras letras”, no valor de US$ 40.000, cerca de  R$ 202 mil, após conseguir ler mais de 10 caracteres em uma área de papiro de 4 centímetros quadrados.

Técnica

A técnica usada para ler o pergaminho carbonizado foi um algoritmo com inteligência artificial.

Luke conseguiu identificar alterações de textura na superfície do pergaminho, tudo isso usando um modelo desenvolvido por ele mesmo.

A rede neural desenvolvida pelo estudante conseguiu captar a textura e destacar a tinta do papiro.

“Quando vi a primeira imagem, fiquei chocada”, disse Federica Nicolardi, papirologista da Universidade de Nápoles, na Itália.

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“Pulei de alegria”

Na competição, mais de 1.500 equipes começaram a desenvolver técnicas para conseguir decifrar a história.

No final de junho, Luke teve uma sacada depois de ver que um dos concorrentes declarou que a tinta do papiro era visível em alguns momentos.

Usando um celular, o estudante então usou seu algoritmo na nova imagem. Pouco tempo depois, ele foi checar os resultados no celular e teve uma surpresa. Cinco letras na tela!

“Eu estava pulando para cima e para baixo”, disse Luke.

A partir disso, com mais alguns testes o modelo foi refinado e o estudante ganhou o prêmio tendo identificado 10 letras no total.

Prêmio master

Agora, Luke quer mais!

O prazo para concorrer ao grande prêmio do Desafio Vesúvio é 31 de dezembro.

Luke, segue otimista com a descoberta e segundo ele. O estudante já utilizou a inteligência artificial em outros papiros e está conseguindo ver várias outras surgirem!

Os pergaminhos carbonizados de Herculano são difíceis de serem decifrados, mas Luke descobriu uma técnica. Foto: Reprodução/Nature.
Os pergaminhos carbonizados de Herculano são difíceis de serem decifrados, mas Luke descobriu uma técnica. Foto: Reprodução/Nature.

Com informações de Nature.

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