O Tai Chi, arte marcial chinesa milenar, pode reduzir os sintomas e complicações da doença de Parkinson. É o que descobriram cientistas da Universidade de Medicina Shanghai Jiao Tong, na China.
Os participantes do estudo, com diagnóstico de Parkinson, fizeram Tai Chi durante cinco anos e os resultados foram surpreendentes. A progressão da doença foi mais lenta, além da redução da medicação e a melhoria no sono e qualidade de vida dos pacientes.
“Nosso estudo mostrou que o Tai Chi mantém o efeito benéfico a longo prazo sobre a doença, indicando os potenciais efeitos modificadores da doença nos sintomas motores e não motores, especialmente na marcha, equilíbrio, sintomas autonômicos e cognição”, disseram no estudo os pesquisadores.
O Tai Chi
O Tai Chi, também conhecido como tai chi chuan, é uma arte marcial chinesa que mistura elementos de meditação e luta.
Os movimentos são suaves, focados na respiração e sensações do corpo.
Um dos principais benefícios da prática são a diminuição da carga no sistema cardiovascular, fortalecimento dos órgãos internos e o equilíbrio do sistema nervoso central.
Parkinson no mundo
O Parkinson é a condição neurológica que mais tem crescido no mundo.
A doença é neurodegenerativa, evolui de maneira progressiva, podendo ser caracterizada pela lentidão de movimentos, tremor e músculos rígidos e inflexíveis.
Estima-se que na China, até 2030, mais de 5 milhões de pessoas serão atingidas pela enfermidade.
Foi nesse sentido que pesquisadores chineses trabalharam arduamente buscando métodos para atrasar, reduzir ou evitar a doença.
Estudos preliminares apresentaram o Tai Chi como uma dessas alternativas.
Tai Chi e o Parkinson
Dessa vez, a nova pesquisa apresentou resultados positivos.
Os participantes foram divididos em dois grupos: um, de 147 pacientes que praticou Tai Chi duas vezes por semana durante uma aula, e o outro, de 187 pacientes, que continuaram o tratamento padrão contra a doença, sem praticar Tai Chi.
Para medir os benefícios das aulas de artes marciais, os pesquisadores chineses avaliaram antes e depois do início as seguintes variáveis: extensão do movimento, função do sistema nervoso autônomo, declínio na capacidade cognitiva, alucinações, pernas inquietas e outras características.
Resultados positivos
A progressão da doença foi mais lenta em todos os pontos de monitoramento no grupo que realizou o Tai Chi.
Sinais positivos nos sintomas gerais, movimento e equilíbrio.
O aumento dos medicamentos convencionais para Parkinson também teve diferença.
No grupo que não praticou a arte, 83,5% precisaram aumentar a dose em 2019 e 96% em 2020. Dos praticamente do Tai Chi, 71% e 87,5% respectivamente.
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Quedas e tonturas
A prevalência de complicações também teve uma grande redução no grupo da arte marcial.
Assim como as quedas, tonturas e dores nas costas. Das 23 pessoas que sofreram fraturas, sendo 6 no Tai Chi e 17 no grupo que não praticou a atividade.
O efeito benéfico a longo prazo sobre a doença poderia prolongar o tempo sem incapacidade, levando a uma maior qualidade de vida, a uma menor carga para os cuidados e a um menor consumo de medicamentos.