Autista não verbal cria sinfonia mentalmente aos 19 anos

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Por Karen Belém
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Jacob, o jovem autista que quase não fala criou sinfonia completa na cabeça para se expressar. - Foto: Reprodução/Fantástico 

Um jovem autista não verbal encontrou uma forma linda para se expressar. Ele criou uma sinfonia completa na cabeça.Num mundo onde as palavras muitas vezes falham em capturar a profundidade dos sentimentos, Jacob, de 19 anos, deu um show de emoção.

O jovem norte-americano, que quase não fala, mostrou que sua mente vai muito além da forma tradicional que os humanos têm de se comunicar.

“O problema principal do meu filho é motor: é o corpo que não responde direito. Então quando faziam testes, achavam que o QI dele era baixo. Só que, na verdade, ele pensava certo, mas digitava errado”, contou o pai, Paul Rock.

Uma sinfonia interior

Jacob e os pais moram na Califórnia, EUA. Quando a pandemia fechou as portas da escola onde estudava e a família acabou ficando ainda mais próxima.

Paul Rock, sempre esteve ao lado do filho, guiando Jacob até o teclado, onde o rapaz descobriu seu dom musical.

O que parecia ser um desafio motor revelou-se um portal para um mundo de descobertas.

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Uma revelação

Depois de sete anos aprendendo a digitar, veio a descoberta.

“Aí, quando Jacob aprendeu a teclar, ele mostrou que sabia ler, soletrar… Em um mês, ele trocou material de terceira série pelo nível universitário.” – disse o pai.

Em um dos seus poemas, com o nome “Sua suposição está errada”, Jacob fala que é um “prisioneiro em seu próprio corpo, mas está saindo em grande estilo.”

Dando vida à sinfonia de Jacob

A orquestra Petrobras Sinfônica foi convidada pelo Fantástico para traduzir uma partitura que Jacob compôs.

Violinos atacam trompetes, os sopros criam clima de medo, as cordas são rápidas, nostálgicas e vacilantes – é assim que ele explica a música em palavras.

Cada instrumento, cada nota, tem uma descrição viva nas palavras do jovem.

“O Rob consegue ler minha mente”

O amigo de longa data do pai, Rob Laufer, foi quem transformou as instruções de Jacob em uma partitura tangível.

A surpresa e emoção de Rob ao descobrir a riqueza das composições de Jacob são palpáveis. “Ninguém fazia ideia do que ele pensava. Agora, depois que eu li o trabalho dele, a poesia… Fiquei impressionado. Então, comecei a fazer perguntas e me emocionar”, diz Rob.

O jovem Jacob até chegou a dizer para o seu pai: “O Rob consegue ler minha mente”.

Estímulo

A importância do estímulo na infância é evidente, e o diagnóstico precoce é fundamental para desbloquear o potencial único de cada criança com autismo.

Jacob é um exemplo vivo de como superar expectativas e desafios.

Além da música, Jacob revelou uma notável habilidade de memorização, e facilidade nas matérias de história, literatura e ciências.

Jacob e a família em sua casa na Califórnia, EUA. Foto: Reprodução/Fantástico

Jacob e a família em sua casa na Califórnia, EUA. Foto: Reprodução/Fantástico

Com informações do Fantástico