Ela ganhou o prêmio de melhor professora do mundo depois de ter fundado sua própria escola quando tinha apenas 13 anos. O motivo? Cansou dos insultos e maus-tratos que sofria por parte de seus professores na antiga escola. Quis fazer diferente e conseguiu!
Riffat Arif, mais conhecida como Irmã Zeph, cresceu no Paquistão. O seu método de ensino, que começou em 1997 no pátio de sua casa, deu a ela o Prêmio Global de Professores da Fundação Varkey 2023. Foram mais de 7 mil inscrições, mas Zeph saiu com o troféu e US$ 1 milhão! (quase R$ 5 milhões).
A filosofia do colégio é baseada em ser diferente e proporcionar um ambiente harmônico para os alunos. “Eu sonhava com uma professora que desse respeito e amor às crianças, sem nenhuma diferença. Não consegui encontrar essa professora, então serei essa professora”, disse Riffat.
O que vai fazer com o dinheiro
Quando se inscreveu na premiação, ela já tinha ideia do que fazer com o dinheiro se ganhasse: construir a escola dos sonhos.
“Agora que sei que o dinheiro virá parcelado por 10 anos, vou pedir ao governo do Paquistão que me dê um terreno para que eu possa construir a escola dos meus sonhos”, afirmou.
No anúncio oficial, Irmã Zeph foi exaltada pelo seu ato.
“A sua dedicação à educação e ao empoderamento tocou inúmeras vidas e valeu-lhe numerosos prêmios, reconhecendo-a como uma verdadeira agente de mudanças e defensora dos direitos das mulheres e da educação das crianças em todo mundo”, disse o comunicado oficial.
13 anos e um sonho
Zeph era apenas uma criança quando começou a fazer a diferença.
Depois de enfrentar discriminação onde estudava, ela decidiu que nunca mais voltaria a estudar. E não apenas é a história de Zeph, mas sim de muitas crianças no país onde ele mora.
“No Paquistão, como em muitos países, as minorias religiosas como os xiitas, os ahmadis, os hindus e os critão podem enfrentar discriminação”, contou.
Aprendeu a bordar para gerar renda
A escola dela começou tímida, sua irmã mais nova ajudaria no início. As duas começaram a pedir aos irmãos mais novos dos amigos que viessem frequentar as aulas.
Os pais de Irmã Zeph não tinham como ajudar, então ela aprendeu a bordar e começou a gerar uma pequena renda para apoiar a causa.
A garota chegava a trabalhar 8 horas por dia nos bordados, dedicava mais 4 horas para ensinar os alunos e 4 horas estudando sozinha. O foco total era em realizar o sonho!
“Nunca tirei um dia de folga, nunca fui à igreja. Nunca fiz amigos porque estava focado apenas nessas 3 coisas e era bastante cansativo. Não tenho planos de me casar, minha causa é maior do que casar”, disse.
Primeiro prêmio
Em 2013, Zeph ganhou a primeira competição global. Foram US$ 20 mil, dinheiro que foi revestido para montar uma escola mais adequada nos arredores de Gujranwa.
No local, ela estabeleceu um centro vocacional, com a finalidade de fornecer treinamento às mamães para que possam começar a ganhar seu próprio dinheiro e escapar da violência física e mental de seus maridos.
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Método de ensino humanizado
Na escola, tudo que é feito com as crianças é diferente do que Irmã Zeph passou.
“Eu queria fazer algo oposto às experiências que tive que enfrentar”, explicou.
A mulher disse ainda que no início, nunca comia na frente dos alunos, isso porque muitos deles não tinham dinheiro para se alimentar e ela ainda não tinha recursos.
Mas as coisas seguiram, e de pouco em pouco, Irmã Zeph foi implantando sua própria filosofia e a promoção do direito das crianças de ir à escola.
“Quando uma professora demonstra tanto carinho pelas crianças, elas se sentem protegidas, sentem que não estão longe de casa, estão apenas com outra mãe. Quero que os professores sejam assim. Quero que as crianças sejam mimadas e amadas e tenham uma infância”.
Na escola, o amor é a linguagem universal! Segundo Zeph, o amor não tem fronteiras religiosas ou financeiras, ele está em toda parte e todos precisam dele.
Veja a professora recebendo a premiação:
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Na escola, as atividades são humanizadas e não há espaço para o preconceito e discriminação!
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Com informações de NPR.