Pesquisadores de universidades brasileiras desenvolveram um método para identificar insuficiência cardíaca que usa inteligência artificial (IA). Com apenas uma análise da voz dos pacientes, é possível identificar o distúrbio.
O algoritmo ‘Marcador de Vozes’ utiliza técnicas computacionais com um modelo matemático inspirado na estrutura neural de organismos inteligentes, semelhantes ao cérebro humano. Essas, por suas vez, reconhecem os padrões de voz e as distorções causadas pela insuficiência cardíaca em uma pessoa.
O invento foi desenvolvido entre uma parceria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e o Instituto do Coração da Universidade de São Paulo (Incor/USP). A equipe envolveu alunos e professores de engenharia e medicina.
Rede neural artificial
Foram criadas duas redes neurais artificiais no câmbio da pesquisa.
Uma do gênero masculino e outra feminino. O objetivo era fazer com que as duas reconhecem as distorções causadas pela insuficiência em uma pessoa.
Para isso, os pesquisadores coletaram com um gravador, vozes de 142 voluntários.
Depois, os dados coletados passaram por técnicas de processamento de sinais que detectam defeitos em equipamentos.
Nessa etapa, os pesquisadores querem extrair algumas características que sinalizem a condição de insuficiência cardíaca.
Insuficiência ou saudável?
Com os dados em mãos, era a hora de realizar os primeiros testes.
“Basicamente gravamos a voz do voluntário e aplicamos o ‘Marcador de Vozes’ para que responda ‘insuficiência cardíaca’ ou ‘saudável’, explica o professor do Centro de Ciências Médicas (CCM), Marcelo Dantas Tavares de Melo.
O resultado foi uma surpresa para toda a equipe.
O ‘Marcador de Vozes’ conseguiu resultados mais rápidos e mais precisos do que os métodos habituais.
A eficiência foi alta, acertando quase 92% dos diagnósticos positivos e negativos para o distúrbio.
O algoritmo também apresentou ótimos resultados em critérios como sensibilidade (88%) e especificidade (92%).
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Não invasivo
Além disso, outra vantagem da tecnologia desenvolvida nas universidades públicas brasileiras é o fato de ser uma ferramenta não invasiva.
Por usar somente a voz humana em suas análises, a ferramenta é muito positiva.
“Uma vez popularizado, terá impacto imensurável, permitindo que este diagnóstico seja aferido de forma remota, na telemedicina. Na triagem de pacientes, a ferramenta poderá facilitar o direcionamento para centros de referência em cardiologia”, disse Marcelo.
Com informações de UFPB.