O brilhante e polêmico Martin Scorsese agora vai mostrar como seria Jesus Cristo nos dias de hoje. O roteiro do filme já está escrito e as filmagens começam este mês.
O filme foi escrito em colaboração com o crítico e cineasta Kent Jones. As inspirações vieram de muitos lugares, mas “A Life of Jesus” (A vida de Jesus em português), será baseado no livro de mesmo nome do romancista japonês, Shūsaku Endō.
Scorsese disse que recebeu conselhos do Papa Francisco. “Respondi ao apelo do Papa aos artistas da única maneira que conheço: imaginando e escrevendo um roteiro para um filme sobre Jesus”, contou o diretor.
“Como é Jesus como pessoa?”
O livro a Life of Jesus foi lançado em 1973 e reconta, de maneira simples e poderosa, a vida de Cristo, pelos olhos do romancista japonês Shūsaku.
Na publicação, o autor mostra aspectos da vida de Jesus por uma perspectiva diferente.
“Como é Jesus, como pessoa? Tire os vitrais, a expressão pálida e todas as bobagens que foram ditas sobre Jesus. Venha e dê uma nova olhada em seu senso de humor, sua bondade, sua astúcia, sua raiva, sua ternura e sua brincadeira”, disse o autor na sinopse da obra.
Última Tentação de Cristo
Em 1988, Scorsese dirigiu “A Última Tentação de Cristo”. O filme também foi baseado em um romance. Agora, quase 30 anos depois, Scorsese volta com a temática.
E o autor já disse que não pretende fazer proselitismo – converter pessoas a uma religião, a um partido, a uma causa ou a uma ideia.
O diretor quer se concentrar nos ensinamentos fundamentais de Jesus de uma forma que consiga explorar seus princípios nos dias atuais.
“Estou tentando encontrar uma nova maneira de torná-la mais acessível e eliminar o ônus negativo do que tem sido associado à religião organizada”, disse.
O cineasta também adiantou que, diferentemente de seus últimos filmes lançados, “A Vida de Jesus” vai ter no máximo 80 minutos de duração.
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Desmistificar a palavra religião
Outra vontade de Scorsese é desmistificar a palavra religião que, segundo ele, foi associada a muitas coisas negativas nos últimos anos.
“Neste momento, ‘religião’, você diz essa palavra e todos ficam em pé de guerra porque ela falhou de muitas maneiras”, disse.
Mas para o autor, isso não mostra que os ensinamentos antigos estão errados.
“Isso não significa necessariamente que o impulso inicial estava errado. Vamos voltar. Vamos apenas pensar sobre isso. Você pode rejeitá-lo. Mas pode fazer diferença na maneira como você vive sua vida – até mesmo rejeitando-a”, explicou o diretor.
Ótima a ideia de pensar como seria Jesus Cristo nos dias de hoje e de que forma ele está vendo para onde caminharam o mundo e as pessoas nesses 2024 anos, desde seu nascimento…
Com informações de Los Angeles Times.