A ministra Cármen Lúcia, do STF, fez um alerta no Dia da Mulher: “Dizem que nós fomos silenciosas historicamente. Mentira. Nós fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvidas”.

As palavras foram ditas ontem pela ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, em um discurso de homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, comemorado nesta sexta-feira (8).

Ela é a única mulher entre os ministros do STF e alertou que é preciso promover promoção a paz, em especial no ambiente doméstico, para o público feminino.

Feminicídio no Brasil

Carmem Lúcia citou os números de feminicídio no Brasil em 2023.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que no ano passado, o pais registrou 1.463 vítimas.

“Num país que assassina mulheres (…) num país em que as crianças são também assassinadas até mesmo no espaço doméstico, é preciso se dizer que este país precisa muito que nós todos comecemos a pensar sob o prisma da promoção da paz e não apenas de combate [à violência]”, lembrou a ministra.

“Violência doméstica é epidemia”

A sessão desta quinta no STF discutiu processos sobre direitos das mulheres.

Entre eles, uma ação que questiona o uso, em processos judiciais, de estratégias de desqualificação e culpabilização de vítimas de crimes sexuais.

O presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, disse que “a questão da violência doméstica ainda é uma epidemia no Brasil”.

Ele lembrou de políticas postas em prática pelo Conselho Nacional de Justiça para garantir uma paridade de gênero na escolha de desembargadores em tribunais de segundo grau.

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Representatividade feminina no STF

E falou do protocolo que prevê uma análise dos processos sob a perspectiva de gênero.

A mais alta corte do país tem 11 ministros. Hoje, apenas um deles é mulher, Carmem Lúcia.

Em 132 anos de existência, o STF teve apenas três mulheres ministras: Ellen Gracie, Rosa Weber e agora Cármen Lucia.

A falta de representatividade na corte precisa ser repensada e mudada.

No dia da Mulher de 2024, o STF tem apenas uma representante feminina entre seus ministros. E foram só 3 em toda a história da corte no Brasil – Foto: arquivo