O engenheiro de comunicações Paulo Santangelo trocou os circuitos e cabos no Rio de Janeiro por uma missão inesperada: cuidar de cães em Guarda do Embaú, na Grande Florianópolis (SC). Ele, que nunca havia tido um cachorro até os 41 anos, hoje se dedica integralmente para cuidar de aproximadamente 400 animais em um abrigo.
Paulo se desdobra para alimentar, abrigar, castrar, vacinar, medicar e até mesmo oferecer fisioterapia aos pets. E a responsável por toda essa transformação foi a Dorinha, uma cadelinha, que aparecia todos os dias na casa dele. Ela desapareceu por um período e retornou magra e com as tetinhas inchadas.
Paulo a levou para casa e começou a cuidar dela. Dorinha tinha acabado de ter três filhotes e estava inquieta porque precisava amamentá-los. Procurando, o engenheiro encontrou os cãezinhos no meio do mato e os levou para casa também. Começava ali uma luta para ajudar animais desamparados.
Precisou de um lugar maior
No começo, Paulo cuidava dos cães em casa mesmo ou ajudando com vacinações, castrações e feiras de adoção.
Mas à medida que o número de animais sob seus cuidados crescia, ele percebeu que precisava de um lugar maior.
Foi assim que ele decidiu transformar um sítio em um abrigo para os cães que resgatava.
A conta não fecha
Apesar dos esforços, Paulo enfrenta um desafio constante: o número de cães abandonados é muito maior do que o de adoções.
“Aqui eu cuido muito bem deles, mas eu tenho certeza de que em um lar, com uma família exclusiva, eles seriam mais felizes”, disse o engenheiro ao NSC.
Muitas pessoas, ao saberem da iniciativa, acabam por abandonar mais animais para ele cuidar.
“Já ouvi gente dizendo ‘se você não aceitar, eu vou matar’, e aí eu acabo pegando”, contou
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Mutirão de castração ajudaria
Ele conta que recebe aproximadamente 30 pedidos de ajuda por dia.
E todo esse cuidado não é barato: já são R$ 17 mil por mês com ração e R$ 20 mil de dívidas com veterinário acumuladas.
Mas o que incomoda Paulo é o descaso das pessoas e falta de políticas públicas para os animais em situação de rua.
Ele defende que, com um dia de mutirão de castração, daria para evitar que mais de duas mil vidas nascessem e fossem abandonadas.
Quer adotar?
Como há muito abandono, Paulo prefere manter em sigilo a localização exata de seu abrigo, informa apenas que fica na região da Grande Florianópolis. Para visitar, só precisa preencher um formulário de adoção no site dele.
Se você não puder adotar um cachorro, ainda há várias maneiras de ajudar! Paulo aceita doações de ração, dinheiro e voluntários para ajudar na limpeza das instalações e no cuidado dos animais.
Também aceita ajuda no transporte dos cães para feiras e clínicas veterinárias e parcerias, se você tiver uma clínica veterinária, agropecuária ou farmácia para tratar dos bichinhos.
Com informações de NSC.