A melhor chef mulher do mundo é uma brasileira. Visionária e militante na luta por uma culinária mais democrática, Janaína Torres Rueda comanda a cozinha do A Casa do Porco, um dos restaurantes mais bem avaliados mundialmente.
Janaína é um verdadeiro fenômeno multitarefas. No ranking das 50 melhores chefs mulheres do mundo em 2024, realizado pelo 50 Best, ela ficou em 1° lugar.
A chef é sócia de três estabelecimentos em São Paulo e no ano passado já havia sido eleita a melhor chef da América Latina. “Quero ver mais equilíbrio entre homens e mulheres nas cozinhas, respeitando-se mutuamente”, disse ela.
A melhor do mundo!
Ao longo da carreira, Janaína acumula sucessos. Ela, que já passou por várias dificuldades, olha pra trás e reflete tudo que viveu.
“Nasci em cortiços, onde tudo é compartilhado. Acredito fortemente na acessibilidade porque eu mesmo precisei desse acesso. Os prêmios que ganhei dos 50 Melhores me ajudaram a viajar pelo mundo, a conhecer pessoas e a aprender espanhol. A acessibilidade traz oportunidades e quero ajudar a dar essas oportunidades a outras pessoas”, explica.
Também conhecida como Dona Onça, a chef não ganhou esse codinome à toa.
“Ganhei o apelido de Dona Onça de um maître com quem trabalhei. As onças são observadoras; eles esperam o momento certo antes de atacar, e é assim que eu trabalho”, contou.
O prêmio de melhor chef do mundo vem para coroar tanto esforço e perseverança.
Sobre o prêmio, ela comemora: “Não é algo que eu esperava. Passei por muita coisa nos últimos anos e este prêmio chegou em um momento em que sou realmente o mais “eu” que já fui. É ainda mais significativo”.
Projetos sociais
Além de cuidar da Casa do Porco, O Bar da Dona Onça,do quiosque de cachorro-quente orgânico Hot Pork, da sorveteria Sorveteria do Centro e da cantina acessível Merenda da Cidade, Janaína reserva um tempo para as causas sociais.
Ela foi responsável por reformular o programa de alimentação escolar de São Paulo antes da pandemia.
Durante o isolamento, ela também se uniu a chefs brasileiros para pressionar o governo por apoio financeiro vital.
Além disso, também alimentou a população em situação de rua.
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Comida democrática
Para ela, a comida não é só um instrumento de lucro, mas sim de transformação social.
Sobre seu novo projeto, ela explica:
“Não é apenas um restaurante, trata-se de olhar para a gastronomia de uma forma completamente diferente, conjugando as experiências que tive ao longo dos últimos 20 anos de viagens e troca de idéias”.
Apesar de tamanho reconhecimento, seus pratos seguem com preços acessíveis, para que todos tenham a oportunidade de prová-los.
“A Casa do Porco é acessível a um taxista ou a um cabeleireiro. Todos os motoristas de táxi regulares que deixam as pessoas no restaurante já comeram aqui, e isso é muito gratificante”.
Veja o vídeo da premiação de Janaína