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Fóssil inédito de 540 milhões de anos é encontrado em MG; Brasil na evolução da vida
10 de abril de 2024
- Karen Belém
O fóssil de 540 milhões encontrado em MG coloca o Brasil dentro de estudos sobre a evolução da vida. - Foto: Matheus Denezine
O fóssil de 540 milhões encontrado em MG coloca o Brasil dentro de estudos sobre a evolução da vida. - Foto: Matheus Denezine

Um fóssil de 540 milhões de ano, inédito no mundo, foi descoberto aqui no Brasil, em Minas Gerais. Essa foi a primeira vez que vestígios fossilizados de seres microscópicos foram descritos por pesquisadores brasileiros.

Chamada de Ghoshia januarensis, ela é uma cianobactéria de apenas 10 micrômetros e só pode ser vista por microscópios eletrônicos de tão pequena que é.   Ela existiu no período Cambriano, antes de dinossauros ou animais com esqueleto.

A descoberta reforça a teoria de Darwin de que a vida na Terra é muito mais antiga do que se pensava no século XIX.  “É uma descoberta que coloca o Brasil dentro do cenário de estudos sobre a evolução da vida”, explica o geólogo Matheus Denezine, pesquisador colaborador da Universidade de Brasília (UnB) e primeiro autor do artigo.

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Importância da descoberta

Os fósseis foram encontrados na Formação de Sete Lagoas, situada na bacia de São Francisco, que abrange áreas de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Bahia.

A Ghoshia januarensis habitava ambientes marinhos e foi identificada em calcários da formação.

Isso indica que Minas Gerais estava sob o mar há mais de 540 milhões de anos. Olha isso!

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Potencial petrolífero na região

A Petrobras é uma das financiadoras do estudo. O interesse é descobrir potenciais prospecções de óleo e gás no Brasil, que atualmente, parte acontece em alto mar.

Mas para compreender o que foi encontrado, é essencial entender o processo envolvido:

A formação do petróleo é um processo complexo e gradual. Inicia-se com o acúmulo de matéria orgânica em camadas de sedimentos no fundo de mares, lagos ou rios.

Com o passar do tempo e sob condições físicas e químicas específicas, essa matéria orgânica é submetida a elevadas temperaturas, o que resulta na formação de óleo e gás.

Em seguida, o óleo migra para rochas porosas, onde é armazenado nos reservatórios de petróleo.

Presença de matéria orgânica

O que a pesquisa descobriu foi a presença dessa matéria orgânica, o que sugere que ela alcançou a temperatura necessária para a geração de óleo. Esse é o ponto inicial do processo.

No entanto, ainda não se pode afirmar a existência de um campo petrolífero, pois não se sabe se houve concentração suficiente de material ou para onde o óleo migrou.

Agora, os pesquisadores se dedicarão a investigar e reconstruir esse possível sistema petrolífero na região.

Veja outras fotos:

A descoberta do fóssil ainda indica que há milhares de anos Minas Gerais ficava no mar. - Foto: Matheus Denezine
O nome Ghoshia januarensis foi dado em homenagem à cidade de Januária (MG), onde o fóssil foi encontrado. – Foto: Matheus Denezine

Com informações do O Globo

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