Cai taxa de analfabetismo no Brasil em todas as faixas etárias, revela IBGE

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Por Vitor Guerra
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A taxa de analfabetismo no Brasil em 2022 caiu, mas o país ainda registra 11,4 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever. A taxa é maior entre indígenas e pretos. - Foto: Mayke Toscano (GCOM-MT).

Segundo dados do IBGE, a taxa de analfabetismo no Brasil caiu em todas as faixas etárias, passando de 9,6% em 2010, para 7% em 2022. A notícia é boa, mas é preciso avançar porque o país ainda tem 11,4 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever.

As informações são do Censo Demográfico 2022 – Alfabetização: Resultados do universo, divulgado nesta sexta-feira, 17. O resultado indica que a alfabetização está em 93% da população, com tendência de aumento das pessoas que sabem ler e escrever.

A faixa etária entre 15 a 19 anos foi a que apresentou a menor taxa de analfabetismo, ficando em 1,5%. Já os mais velhos, o grupo de 65 anos ou mais, permaneceu com a maior taxa de analfabetismo (20,3%).

Analfabetismo funcional

O IBGE confirmou que todos os grupos etários tiveram queda na taxa, apesar de o chamado analfabetismo funcional persistir – pessoas que, apesar de saberem ler e escrever formalmente, não conseguem interpretar ou redigir um texto de forma correta, nem uma pequena mensagem.

Apesar de os idosos ainda serem a faixa com o maior número de analfabetismo, esse grupo foi o que teve a maior queda em três décadas.

O número passou de 38,0% em 2000, para 29,4% em 2010 e 20,3% em 2022. Uma redução de 17,17 p.p desde o início dos anos 2000.

Vantagens das mulheres

Outro dado interessante é em relação às mulheres. Elas tendem a apresentar melhores indicadores educacionais do que os homens, inclusive a taxa de alfabetização.

Em 2022, o percentual era de 93,5% mulheres que sabiam ler e escrever, contra 92,5% de homens. A vantagem feminina é representada em todos os grupos etários analisados.

A maior diferença foi no grupo de 45 a 54 anos, chegando a 2,7 pontos percentuais.

Diferença entre estados

Já nos dados estaduais, a Região Sul se manteve com a maior taxa de alfabetização. O percentual, que era de 94,9% em 2010, passou para 96,6% em 2022.

O Sul é seguido pela Região Sudeste, que saiu de 94,9% e pulou para 96,1%.

Já no Nordeste, a pesquisa registrou o maior número de analfabetos, apesar de uma queda entre 2010 e 2022. No começo da década, eram 80,9%, enquanto em 2022, o número de alfabetizados pulou para 85,8%.

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População indígena

Na população indígena, a taxa de alfabetizados foi de 85% em 2022, enquanto o percentual de analfabetismo chegou a 15,1%

Nesse grupo, há uma tendência de queda histórica.

A queda na taxa entre os indígenas foi registrada em todas as faixas etárias, com uma maior redução entre 35 a 44 anos (de 22,9% para 12%), 55 a 64 anos (de 38,3% a 27) e 25 a 34 anos de idade (17,4 para 6,7).

Clique aqui para acessar todos os dados do Censo de Alfabetização do IBGE.

A queda foi registrada em todas as faixas etárias. Os idosos seguem sendo o grupo que registrou o maior número de analfabetos. Foto: Geovana Albuquerque (Agência Brasília).

A queda foi registrada em todas as faixas etárias. Os idosos seguem sendo o grupo que registrou o maior número de analfabetos. Foto: Geovana Albuquerque (Agência Brasília).