Um jovem estudante do Ensino Médio deu fim ao mistério da morte de diversas tartarugas no fundo do oceano e recebeu um belo prêmio pelo feito, após anos de estudo.
Maddux Springer, estudante do último ano da Escola Iolani, nos Estados Unidos, levou quase três anos mergulhando para investigar as tartarugas marinhas verdes atingidas por uma doença fatal na Baía de Kaneohe.
Maddux descobriu que o problema eram as fossas residuais no oceano. Elas impactam nas algas que as tartarugas se alimentam, levando os bichinhos a sofrerem mutações de câncer. O estudo foi reconhecido na Regeneron ISEF, maior competição pré-universitária de ciências e engenharia do mundo e ele recebeu um prêmio de US$ 10 mil – mais de R$ 50 mil.
Mergulho na pandemia
Durante o período da pandemia, Maddux adorava mergulhar em Kaneohe, mas algo lhe chamou a atenção. O estudante começou a perceber tumores, que se assemelham a pequenas couve-flores, nos corpos das tartarugas.
“Pesquisei e pesquisei e não consegui descobrir por que isso estava acontecendo”, lembrou o jovem, que adora vida marinha.
Ele decidiu fazer algo para mudar aquele cenário e pediu ajuda de professores universitários, que se comprometeram a buscar uma solução para o problema.
Foi a partir daí que começou a grande investigação.
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Longa pesquisa
Ao todo, foram dois anos e meio de pesquisa. Além de mergulhar constantemente no local, Maddux espalhou câmeras subaquáticas, que registravam todo o comportamento dos animais na área.
Além disso, o garoto achou uma resposta na internet que direcionou ainda mais a pesquisa. Os tumores nas tartarugas marinhas verdes são provavelmente um sintoma de fibropapilomatose, causada por um vírus parecido com o da herpes.
Ele também entrou com pedido de biópsia dos animais, mas os órgãos locais negaram. O jovem se debruçou sobre as imagens captadas pelas câmeras e as primeiras pistas surgiram dali, quando ele percebeu um comportamento importante dos animais marinhos.
Resolvendo o mistério
Tartarugas são importantes para manter a saúde dos recifes de coral em todo o mundo. Isso porque elas comem algas que, normalmente, sufocam os corais.
E em Kaneohe, especificamente, as tartarugas passavam muito tempo comendo algas que tinham uma grande quantidade do aminoácido arginina. Maddux começava a ficar próximo de resolver a questão.
Pesquisas anteriores mostraram que o fibropapilomatose, quando se transformava em tumor, era repleto de arginina. Foi aí que o mistério foi resolvido.
As milhares de fossas sépticas, que poluíam a região com resíduos de casas havaianas, eram o grande problema no arquipélago. As algas, comidas pelas tartarugas, absorviam até 10 vezes mais arginina que outras espécies, causando o câncer nos animais.
Prêmio em competição
E o resultado de tantos para resolver o problema chegou. O jovem apresentou a pesquisa na Feira Internacional de Ciência e Engenharia Regeneron, em Los Angeles, na semana passada.
Muito aplaudido, Maddux saiu com um prêmio de US$ 10.000 e uma esperança:
“Meu objetivo é apenas ajudar as tartarugas. E acabei por chegar a este ponto porque a minha investigação mostrou que as tartarugas estão sofrendo e algo precisa ser feito em relação a isso”, clamou o menino.
Segundo ele, o prêmio não é uma vitória individual, mas sim uma conquista para o meio ambiente e “para as nossas queridas tartarugas marinhas verdes”, finalizou.
Com informações de Kitv.