Professor brasileiro com doença grave recebe medula da Alemanha e tem alta após transplante

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Por Vitor Guerra
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O professor de matemática Adão Teófilo Neto, de 43 anos, recebeu uma medula que veio da Alemanha. O transplante foi no Espírito Santo e deu certo. - Foto: @hospitalsantaritaes/Instagram.

A esperança chegou do outro lado do oceano. Esse professor brasileiro recebeu uma medula de um doador da Alemanha e o transplante deu certo. Adão, que convive com uma doença grave, agora ganha nova esperança de vida!

O professor de matemática Adão Teófilo Neto, de 47 anos, que mora em Linhares, Espírito Santo, tem mielofibrose primária, doença genética rara e que pode evoluir rapidamente. A única cura potencial é o transplante de medula óssea. Adão já estava debilitado, quando surgiu uma luz no fim do túnel.

Coletada na Alemanha, a medula chegou no Brasil e foi congelada a menos 80 graus enquanto a equipe deixava todo o procedimento pronto. Após 20 dias do transplante, a medula apresentou os primeiros sinais de funcionamento e Adão teve alta. Ele vai seguir sendo monitorado, mas já não vê a hora de voltar para as salas de aula!

Transplante bem sucedido

A medula foi recebida no dia 21 de março e no dia 24 de abril o paciente foi submetido ao transplante.

Foram 20 dias de tensão até a Adão apresentar os primeiros sinais que o transplante havia sido um sucesso e a medula “pegou”. Um mês depois, no dia 24 de maio ele recebeu alta do hospital!

Agora, o professor de matemática está cheio de expectativas. “O que eu espero agora é a remissão da doença e voltar para minha vida que era normal. Sei que é um processo longo, tenho um caminho ainda a seguir, então a expectativa é a melhor possível”, comemorou o homem.

Doença grave

A mielofibrose primária é uma doença mais frequente em homens entre os 50 e 70 anos de idade. Não há ainda uma força de prevenção da condição e o diagnóstico é difícil.

Também não há sintomas nos estágios iniciais da doença e, quando aparecem, podem ser confundidos com outras doenças.

Entre os sinais da mielofibrose estão a indigestão, aumento do risco de infecção, dores ósseas, sangramento, sinais de anemia e mais.

Quando chegou no hospital, Adão estava bem desanimado. “É um processo muito difícil, não tem nada fácil, extremamente difícil. Há momentos em que você acha que não vai conseguir e quer desistir mesmo”, confessou.

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Medula internacional

A coleta foi feita por um doador ainda na Alemanha e a medula foi transportada em condições especiais para o Brasil.

A incerteza se o material chegaria em bom estado ao Brasil era grande e assim que entrou no país, já foi logo congelado para preservar o máximo possível.

“Ele recebeu a doação de um doador que veio da Alemanha. Essa medula foi trazida pra cá, coletada, chegou pra gente e a gente conseguiu manipular essa medula e congelar”, explicou o dermatologista e coordenador do Serviço de Transplante do Transplante de Medula Óssea do Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória, Marcelo Aduan.

Além disso, o transplante de Adão era alogênico não aparentado, ou seja, quando a medula óssea é doada por uma pessoa não aparentada, mas que apresenta uma genética semelhante que possa ser usada.

As chances de encontrar um doador em um banco de doadores nessas condições é de aproximadamente 1 em 50.000.

A gratidão

Muito emocionado, em um vídeo publicado pelo Hospital, Adão  agradeceu à equipe de saúde responsável por ele.

“Aí vem o diferencial da equipe, te anima o tempo todo, profissionais, enfermeiros, pessoas que vão se tornar inesquecíveis pra mim”, disse ele.

Segundo Marcelo, a equipe tem expectativa que Adão retorne às atividades normais, como dar aulas de matemática, dentro de um ano.

Veja o vídeo compartilhado pelo Hospital Santa Rita de Cássia: