Conheça o “topetinho-vermelho”, o menor beija-flor do Brasil. Ele está entre as 16 espécies brasileiras e ganhou esse nome por causa da coloração de suas penas. O nome científico dele é Lophornis magnificus.

O topetinho-vermelho mede apenas 6,8 cm (quase do tamanho de um dedo mindinho) e pesa 3 g. Diferente do macho, que apresenta o topete vermelho e penas coloridas próximas ao pescoço, a fêmea e o filhote não possuem o topete vermelho e o leque no pescoço.

Segundo o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, o topetinho é encontrado exclusivamente no Brasil, de Pernambuco, Alagoas e Bahia ao Rio Grande do Sul, em direção oeste até Goiás e Mato Grosso. Há pesquisas recentes que mostram que o animal também já foi visto no Tocantins.

Topetinho Vermelho

O menor dos menores também é um dos mais bonitos. O topetinho geralmente é visto em chácaras, jardins e bordas de florestas.

O leque com penas brancas e verdes no pescoço identifica os machos, enquanto as fêmeas têm uma barriga branca e a garganta pontilhada, sem a crista.

E o topetinho vermelho do Lophornis magnificus não está aí à toa. Na época de reprodução, o macho corteja a fêmea arrepiando o topete e expandindo as laterais do pescoço.

O movimento é seguido de um lento voo bem em frente a fêmea, que permanece parada enquanto gira o corpo lentamente.

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Coração acelerado

Essas aves são impressionantes e podem ser consideradas máquinas de voar.

O coração de um beija-flor equivale de 1,9 a 2,5% do peso corporal, que varia entre 2,4 a 5g. O coração de um ser humano, por exemplo, equivale a apenas 0,5% do peso total do nosso corpo.

Segundo pesquisas, o coração dos beija-flores movimenta o sangue 100 vezes mais rápido do que o do homem. Há registro de frequência cardíacas de até 1260 batimentos por minutos.

E nem mesmo quando está em repouso esse bichinho descansa. Dados mostram que a frequência respiratória de um beija-flor em repouso chega a 260 inspirações por minuto.

Diferentes culturas, diferentes significados

Os beija-flores possuem diferentes significados nas mais diversas culturas. Uma das lendas mais famosas é a da civilização Maia.

Segundo a lenda, após criarem todas as coisas encontradas na Terra, os deuses se esqueceram de algo essencial: um ser que tinha função de transportar desejos e pensamentos de um lugar para o outro.

Como já não tinham mais milho ou argila, materiais usados na criação de todos os outros seres, usaram um pequeno pedaço de jade, que esculpiram no formato de uma flecha.

Mais tarde, o material explodiu, voando com alta velocidade e se transformando em um beija-flor.

Os Guarani também possuem um significado especial para a ave. Segundo a lenda, o beija-flor é responsável por elevar ao céu as almas que descansam em flores.

Observação de beija-flores no Brasil

O Brasil é um dos países que mais atraem pesquisadores, fotógrafos e entusiastas da ave.

No Espírito Santo, região sudeste do país, fica localizado o Museu de Biologia Professor Mello Leitão, um ponto privilegiado para observação de beija-flores.

O Museu dispõe de diversas garrafas abastecidas com água e açúcar, onde é possível encontrar milhares de espécies.

Olha que espécie mais linda!

O topetinho-vermelho, além do topete, também tem o bico avermelhado. Foto: Vitor Guerra/SNB

Mesmo em repouso, o coração do beija-flor é super acelerado. Foto: Vitor Guerra/SNB

Em espécies menores, a velocidade do batimento das asas do beija-flor chega a ser de 90 batidas por segundo. Foto: Vitor Guerra/SNB