Profissionais de diversos setores da sociedade, se uniram para salvar 16 baleias que estavam encalhadas em uma praia no Rio Grande do Norte (RN). Juntos, eles conseguiram levar os animais para mar aberto em uma operação linda que durou 7 horas.
A iniciativa foi coordenada pelo projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (Uern) e pelo Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (Cemam), que monitoraram os animais desde o início do encalhe, na última sexta, 31 de maio.
“Essa operação foi amplamente planejada com os recursos necessários para levarmos os animais vivos que restavam aqui na praia. São 16 animais, nós levamos eles a quase 6 quilômetros da costa”, disse Flávio Lima, coordenador do Cetáceos.
Encalhe na última sexta-feira
O grupo de 21 baleias-pilotos apareceu no município de Rio do Fogo, na praia de Pititinga, litoral do RN.
Apesar de 5 animais terem morrido durante o acidente, os voluntários não desistiram e preparam uma operação especial de resgate para as 16 baleias que ainda estavam na praia.
Com várias embarcações, e uma grande rede de pesca, os biólogos, voluntários, pescadores, médicos veterinários e até mesmo agentes do Corpo de Bombeiros, conseguiram arrastar as baleias a uma distância de 6 quilômetros da costa. Segundo especialistas, os animais encalharam por conta de uma desorientação espacial.
Operação complexa
A operação durou vários dias.
Ao todo, foram 7 horas de duração e 25 profissionais envolvidos. Os barcos usados na operação foram cedidos por pescadores locais.
Com uma rede de mais de 20 metros, o grupo foi cercando os animais com embarcações, jangadas e jet skis, até que elas atingissem o mar aberto.
“Um encalhe raro, de grande complexidade, que necessita de recursos financeiros, mas também de recursos humanos e a gente conseguiu juntos trazer uma situação que a gente considera de grande sucesso”, explicou Daniel Solon, presidente do Cemam.
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Próximos passos
Agora, o grupo deve seguir sendo monitorado pelos especialistas, para evitar um novo acidente.
Isso porque, como estão desorientadas, as baleias podem encalhar em um outro ponto da costa.
As equipes têm percorrido pontos próximos ao local original do encalhe, para ter a certeza que os animais não voltaram.
Animal suscetível
Esse tipo de animal é muito suscetível a esse tipo de encalhe, uma vez que vive em grupos que sempre segue líder. Caso a matriarca se acidente, todos acabam com o mesmo destino.
De acordo com o Projeto Cetáceos, que coletou amostras dos animais, foi possível identificar uma infecção de parasita nos aparatos auditivos. Assim, uma desorientação espacial provocou o encalhe massivo dos animais.
O grupo também conseguiu identificar a fêmea matriarca do grupo, que estava bastante debilitada e nadando de lado, o que confirma a confusão mental.
Veja o vídeo compartilhado pelos voluntários:
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Veja como foram os preparativos para o desencalhe:
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