Sem fantasia nem o “super” na frente do nome, essa heroína todos os dias busca salvar vidas. A última vez foi no hospital municipal de Santa Cruz (RN), quando a médica Ellen Salviano transformou a embalagem de bolo em máscara de oxigênio e salvou o bebê Gabriel de 3 meses.
Graças a este improviso da médica, a criança passou a respirar novamente. Ela estava com dificuldades e já entrando em sofrimento. Médica em três hospitais e no Serviço de Urgência de Natal (RN), Ellen busca fazer a diferença na vida das pessoas a partir da sua própria história.
“Eu não podia olhar para aquela mãe e dizer ‘não podemos'”, disse Ellen. Casada e mãe de três filhos – duas meninas e um rapaz, de 6, 7 e 18 anos -, a médica diz que sempre se coloca no lugar do outro que está em sofrimento.
Além dos padrões
A médica se recusa a adotar o comportamento de muitos profissionais de saúde que, por vezes, são técnicos e distantes.
“É muito fácil chegar e dizer: ‘Mãezinha, o desfecho foi ruim. Desculpe porque não somos um hospital materno-infantil, porque não temos recursos para o seu filho e o SUS não tem vaga’”, afirmou ao G1.
Antes da medicina, Ellen fez direito, mas ela disse que foi a nova profissão que realmente a mudou.
“Eu me formei tarde no curso de medicina. Minha primeira formação é direito e só após três anos de formada, consegui passar em medicina e minha vida mudou”, relata a médica.
Segundo Ellen, a força para enfrentar a rotina pesada em três hospitais e no Serviço de Urgência vem dos filhos e do marido. Ela se tornou inspiração para o filho mais velho, que se prepara para fazer faculdade de medicina.
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Longo improviso
Com apoio da equipe de enfermagem, a médica socorreu a criança, no início da semana.
O bebê usou a máscara feita pela de embalagem de bolo por cerca de quatro horas.
Segundo Ellen, um profissional de saúde que atua na linha de frente em atendimentos de emergência e urgência na rede pública tem de estar sempre preparado para improvisar porque o objetivo é salvar vidas.
No caso do bebê que a médica salvou, a dificuldade de respirar foi agravada porque é ele tem hidrocefalia – condição que afeta o desenvolvimento mental e físico.
De Santa Cruz (RN), o bebê foi transferido para o hospital municipal de Natal, capital do Rio Grande do Norte, a 116 quilômetros de onde estava, para receber cuidados especiais.
Aplausos para esta médica que usa a criatividade para driblar adversidades e salvar vidas. Obrigado Ellen!
Com informações do G1