O mistério em torno dos baobás intriga e encanta os cientistas que tentam desvendar de onde vieram as gigantes milenares. Pesquisadores internacionais examinaram oito espécies de baobás para poder rastrear sua origem. Já descobriram que vêm de Madagascar, na África, e é preciso redobrar os cuidados porque há risco de extinção em 50 anos.
A notícia boa é que se sabe que a ameaça vem principalmente das mudanças climáticas que atingem onde há a maior concentração de árvores de baobás, Madagascar, e Austrália. Nas religiões de matriz africana, essas árvores têm imenso valor. Representam a ancestralidade e suas raízes simbolizam essa crença.
Com troncos inchados e copas atarracadas, as árvores são impressionantes e podem viver por mais de mil anos. Conhecidas como “mãe da floresta” e “árvore da vida” são muito utilizadas por seres humanos e animais, o que contribui para o ecossistema.
Mistérios não desvendados
Uma equipe internacional de cientistas descobriu que o surgimento dos baobás em Madagascar ocorreu há cerca de 21 milhões de anos, antes que o gênero (nome científico Adansonia) começasse a se diversificar, e duas espécies chegaram à África e à Austrália há 12 milhões de anos.
Não há mais detalhes porque os pesquisadores não dispõem de fósseis suficientes para a análise, segundo Wan Jun-Nan, um dos autores do estudo e cientista do Jardim Botânico de Wuhan em Hubei, China.
O estudo, uma colaboração entre o Jardim Botânico de Wuhan, na China, os Jardins Botânicos Reais no Reino Unido, a Universidade de Antananarivo em Madagascar e a Queen Mary University of London, também conseguiu rastrear o fluxo gênico entre as espécies dos oito tipos de baobá pela primeira vez.
Esses dados demonstraram baixa diversidade genética entre duas espécies e cruzamento de uma espécie com outra mais populosa.
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Árvore do Pequeno Príncipe
A árvore do Baobá ficou famosa ao ser citada no livro “O Pequeno Príncipe”, escrito pelo francês Antoine de Saint-Exupéry.
Emblema nacional do Senegal, lá ela é considerada sagrada e utilizada como fonte de inspiração para lendas, poesias e ritos.
Os baobás passaram a fazer parte da flora do Brasil depois do descobrimento, provavelmente trazidos por sacerdotes africanos devido à crença religiosa.
A árvore é um dos símbolos da luta, resistência e força dos negros no Brasil.
Hoje é possível encontrar poucos exemplares em Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará, Mato Grosso, Goiás e Brasília
Rica fonte de vitaminas
O esforço dos cientistas é para divulgar a importância da preservação dos baobás e de sua sustentabilidade.
Na África, os baobás alimentam algumas comunidades. A fruta dela é rica em nutrientes e vitaminas.
“As florestas de baobá de Madagascar pertencem às comunidades locais que dependem dos recursos naturais para alimentar suas famílias”, afirmou o cientista Wan. “Eles devem fazer parte da solução, não do problema.”
A árvore do baobá dá uma fruta que tem o nome popular de “fruta-pão”, bastante utilizada para fazer óleos para tratamento estético e também medicamentos para diabetes.
As fotos acima são de uma flor exuberante que nasce de uma árvore imensa chamada Baobá – citada no livro “O Pequeno Príncipe”, escrito pelo francês Antoine de Saint-Exupéry. (leia abaixo)
Publicação do artigo na revista Nature