O filme brasileiro “A Flor do Buriti” que conta a história de uma comunidade indígena foi um sucesso em Cannes, na França, e acabou de chegar às salas de cinemas nacionais.
O longa foca no povo Krahô e foi idealizado por João Salaviza e Renée Nader Messora. A iniciativa surgiu de um trabalho que os diretores realizaram nos territórios indígena.
Durante o filme, dois momentos históricos marcantes para a comunidade são lembrados: um massacre ocorrido em 1940 e o recrutamento dos jovens para integrarem uma milícia ingídena, formada pela ditadura militar em 1969.
Sucesso em Cannes
Em Cannes, na França, o filme foi muito aplaudido. Segundo Renée, a exibição do longa no festival é muito importante.
“Você tem um cinema como o Debussy, cheio de gente, e aí no palco você tem membros de uma comunidade indígena do norte do Brasil falando a sua própria língua, falada por4 mil habitantes”, descreveu a diretora.
Durante a mostra Un Certain Regard, paralela ao festival, “A Flor do Buriti” recebeu 10 minutos de aplausos.
Além disso, o longa saiu da França com uma premiação na bagagem!
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A Flor do Buriti
“A Flor do Buriti” é um filme sobre resistência do povo indígena. Os Krahô, atualmente, lutam por espaço na política. O objetivo é libertar a terra invadida de fazendeiros e traficantes de animais.
Realidade e ficção se misturam, em um filme repleto de momentos dramáticos e emocionantes.
“Um pouco mais tarde, o Francisco Hyjnõ que é um outro protagonista do Flor do Buriti, estava muito envolvido num processo de roubo de terra em uma fronteira da área indígena. Ele já tinha feito a denúncia para a Funai, já tinha conseguido o drone para capturar essas imagens aéreas e utilizar essas imagens como prova. Essas imagens terminaram também por entrar no nosso filme”, contou Renné.
Visões de mundo
Os diretores desenvolveram um trabalho audiovisual no território krahô e o interesse da comunidade acabou gerando filmes.
“A gente começou primeiro a trabalhar com o audiovisual como ferramenta. A comunidade estava muito curiosa e querendo aprender cinema, fotografia e edição”, explicou Renée.
A mistura deu muito certo e os indígenas fizeram parte da equipe que pensou o roteiro do longa.
O filme tenta abrir isso [outras maneiras de contar histórias], não tem mais um protagonista único, são vários protagonistas. E tem essa maneira de contar onde as temporalidades vão se misturando, vão tentando criar uma nova uma nova forma. Quanto mais a gente dialoga e passar tempo junto com a comunidade, mais essa forma vai entrando na nossa na nossa forma de fazer filme”, explicou a diretora.
Veja o trailer desse filmaço!