O Rio de Janeiro registrou o nascimento de um bebê baleia-jubarte. Foi o primeiro em águas cariocas da temporada!
A notícia boa alegrou os pesquisadores do Projeto Baleia Jubarte, que acompanharam tudo de perto e disseram que esse tipo de nascimento é raro na região.
“Foi muito inesperado, a gente sempre fica numa expectativa grande de quando veremos o primeiro filhote da temporada. Aí, hoje, aconteceu! É um filhote bem pequeno, bem clarinho, bem característico de um recém nascido. Aqui [no Rio], é muito raro ver isso. Mas isso indica que o Rio de Janeiro tem boas condições para ter o nascimento dos filhote”, explicou a bióloga e pesquisadora, Bianca Righi, de 31 anos.
Bebê Bossa Nova
E os pesquisadores que estavam a bordo da embarcação, disseram que o momento foi mágico.
O nascimento foi registrado na última sexta-feira (05) e o bebêzinho recebeu um nome muito especial: Bossa Nova! Mais carioca impossível, não é?
Há somente o registro de um outro filhote nascido no Rio, no ano passado.
Segundo Bianca, apesar do ambiente carioca ser muito diferente do banco dos Abrolhos, o nascimento pode indicar algo mais.
“Se os filhotes estão nascendo aqui, então a gente pode dizer que é uma área de reprodução também”, afirmou.
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Águas quentinhas
As baleias vêm da Antártica e rumam ao Nordeste do Brasil em busca de águas mais quentinhas. Nessas condições, os animais encontram o ambiente perfeito para se reproduzirem e terem seus filhotes.
Nascer em águas térmicas é muito importante para os pequenos, uma vez que eles precisam de temperaturas elevadas para conseguir sobreviver.
É durante junho e agosto que as jubartes são vistas no Rio de Janeiro, no momento do deslocamento.
Projeto para preservação
Caçadas no país desde 1602, as baleias chegaram a quase se tornar um grupo próximo à extinção.
Mas em 1987, uma lei federal proibiu a captura e o molestamento internacional de toda espécie de cetáceo em águas jurisdicionais brasileiras. Aí começava a conservação da espécie por aqui.
Hoje, estima-se que há em torno de 30 mil animais no Brasil e o número é muito comemorado por Enrico Marcovaldi, de 61 anos e diretor do Projeto Baleia Jubarte.
Em 1988, ele descobriu uma pequena população de baleias-jubarte no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.
“Na época, isso foi uma descoberta muito rara, porque as baleias-jubarte estavam praticamente extintas. A partir disso, criamos o projeto dentro do Parque Marinho dos Abrolhos. Nossa primeira estimativa populacional foi no princípio da década de 90, eram de 2 mil. Agora, o último senso que a gente fez, são mais de 30 mil baleias. Provando que a população se recuperou de verdade, ocupando antigas áreas de reprodução”, finalizou em entrevista ao O Dia.
Que notícia boa!