Após ser condenada à morte por um assassinato que não cometeu, uma mulher, de 64 anos, conquistou a liberdade por ter ficado 43 anos presa injustamente. Voluntários que atuam em defesa de inocentes comprovaram uma série de erros no processo de prisão da mulher.
Sandra Hemme, do Missouri, nos Estados Unidos, foi presa em 1980 pelo assassinato de um bibliotecária local. Agora a Justiça do estado reconheceu o erro e concedeu a liberdade. Um juiz do tribunal de circuito no Missouri anulou sua condenação.
Porém, o processo foi tumultuado porque um promotor discordou e tentou impedir a decisão. No entanto, a Suprema Corte do Missouri apoiou a decisão do tribunal, autorizando, enfim, a liberdade de Sandra. “Ela é vítima de uma injustiça manifesta”, escreveu o juiz.
Enfim, a liberdade
Ao ser recebida por parentes e amigos, a mulher que, finalmente, ganhou a liberdade parecia não acreditar.
Sandra, que passou boa parte da vida atrás das grades e, antes em uma instituição psiquiátrica, apenas sorria.
Uma fotografia dela jovem, aos 21 anos, de cabelos castanhos e sorriso puro, lembrava muito distantemente a idosa, aos 64, de cabelos brancos e quilos a mais.
Voluntários do Innocence Project, que atuam nos Estados Unidos, acreditam que de 4% a 6% dos presos no país estão detidos injustamente.
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O crime e a acusação
A mulher foi acusada de assassinar uma bibliotecária Patricia Jieschke, em St. Joseph, no Missouri. O corpo da jovem foi encontrado no chão, nu e coberto de sangue. Havia uma faca e fios de telefone no local.
Durante as investigações, Sandra surgiu nas redondezas, logo após receber alta médica do hospital psiquiátrico — onde passou 12 dos seus então 21 anos.
A polícia levou a mulher para um interrogatório e, observando que ela parecia “mentalmente confusa”, concluiu que ela estava envolvida no caso.
Para escapar da pena de morte, Sandra se declarou culpada, segundo The Independent e France 24.