Na final das Olimpíadas 2024, o futebol feminino ficou com a prata e Marta foi aplaudida e reverenciada pelo público. Ela disse que essas seriam suas últimas Olimpíadas.
“Essa medalha aqui representa o resgate, o resgate do orgulho que a gente tem em ver que o futebol feminino do Brasil, sim, pode ser competitivo. Tem talento, mas precisa ser mais valorizado”, afirmou Marta, após a partida com os EUA (Estados Unidos), que levaram o ouro.
Com três medalhas, Marta está ao lado de Thaísa (vôlei), Fofão (vôlei) e Mayra Aguiar (judô), entre as mulheres de todos os esportes, atrás apenas Rebeca Andrade.
Reação do público
Para o público, a medalha de prata tem peso de ouro. Havia faixas e bandeiras em homenagem à super capitã.
Ao final, quando o apito tocou, encerrando a partida, vieram os aplausos intermináveis com o som de fundo: “Martaaaaaaaaaaa”. A Rainha retribuiu: fez o sinal do coração, agradeceu, sorriu e chorou.
Com 38 anos, eleita seis vezes a melhor do mundo e a maior artilheira do futebol, Marta diz que não quer mais disputar Olimpíadas nem Copa do Mundo, mas pode mudar de ideia com a disputa da Copa no Brasil, em 2027.
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Muita emoção
Marta, a sempre Camisa 10 da seleção, não conteve as lágrimas. “Eu estou chorando aqui de gratidão, de felicidade. Não estou chorando aqui lamentando que a gente ficou com a prata”, disse a campeã.
Após a expulsão no meio das Olimpíadas, as atletas da seleção do futebol feminino se uniram para que a capitã disputasse um jogo mais em Paris 2024. “Eu acho que, quando eu ganhei a medalha de prata as duas vezes anteriores, em 2004 e 2008, não senti tanto orgulho.”
A Rainha disse que o importante é olhar o histórico e não apenas o resultado.
“Foram 16 anos esperando voltar a uma final de Olimpíada. E, pelo histórico das competições anteriores da seleção, vamos ser sinceros, quase ninguém estava acreditando que o Brasil iria chegar a uma final, que iria sair daqui com a medalha.”
Futebol é para mulheres, sim!
Marta ensina que futebol é, sim, para mulheres. Ao longo de 22 anos como atleta profissional, a capitão deu show a cada partida. Mas jamais deixou de observar a nova geração.
“Meu legado pode ser sentido e visto quando você assiste ao nosso time, com tantas jogadoras jovens, tendo grandes conquistas como essa medalha mesmo após as dificuldades e lesões que sofremos”, afirmou.
Marta lembrou da sua trajetória nas Olimpíadas. “Joguei minha primeira edição dos Jogos Olímpicos quando tinha 18 anos.”
E falou dos novos talentos: “Estou cercada por jogadoras que são muito jovens, e espero que todas as dificuldades e lutas que eu encarei desde que comecei tenham ajudado a pavimentar o caminho para elas”, disse.
Exemplo e inspiração
A despedida de Marta nas Olimpíadas pode ter sido em Paris, mas a história da maior entre as maiores segue. O exemplo dela está nas ruas quando se vê menina batendo bola. Milhares delas se inspiram na craque.
“Essa foi certamente minha última participação nas Olimpíadas e eu duvido que vocês me verão jogando na próxima Copa do Mundo ou em outra competição oficial. Mas eu nunca estarei longe do futebol, isso é certo”, afirmou a Rainha à Olympics.
Nosso Muito Obrigado, Marta!