Jornalismo a serviço do povo! Depois de uma reportagem denunciando como uma empresa hospitalar perseguia agressivamente pacientes cobrando dívidas, a instituição perdoou o débito de mais de 11 mil pessoas.
Na última semana, a emissora norte-americana NBC News, detalhou como a Atrium Health colocava penhoras em casas de seus antigos pacientes para cobrar contas do hospital. O caso focou em Terry Belk, de 68 anos, cuja esposa morreu de câncer de mama em 2012.
Mais tarde, o homem também foi diagnosticado com câncer de próstata. Com o tratamento, ambos acumulam dívidas milionárias com a empresa. Depois da exibição da reportagem, Terry recebeu uma ligação de um representante da Atrium. A sua dívida havia sido perdoada!
Denúncia em reportagem
A dívida nacional médica nos Estados Unidos é grande e leva milhares a morarem nas ruas depois das penhoras.
Em 2005, Belk assinou o que é chamado de “confiança com a Atrium”. Com a assinatura, o homem concede à empresa o direito de receber US$ 23.000 quando ele vendesse a casa da família.
Rebecca Cerese, defensora de políticas de saúde no North Carolina Justice Center, disse que a Atrium usa de um momento de fragilidade para se apropriar de imóveis.
“Lidar com uma doença ou perda de um ente querido já é difícil o suficiente — não deveríamos agravar isso com esse estresse adicional de enfrentar a ruína financeira”, disse em entrevista à NBC.
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Perdão da dívida
Segundo Terry, ele quase não acreditou quando recebeu a ligação da Atrium.
“Não há como isso ter acontecido sem a cobertura nacional da NBC News”, contou.
Além da dívida do homem, outras 11.500 penhoras em casas de pessoas na Carolina do Norte e cinco outros estados serão liberadas.
Em julho, o governador do estado, Roy Cooper, anunciou um programa de alívio de dívidas médicas para que os avaliassem os débitos.
Todavia, o programa não contemplava todos. Terry, por exemplo, não tinha direito a renegociação.
Dívidas milionárias
Diferente do Brasil, os Estados Unidos não contam com um sistema de saúde público universal.
Dessa forma, as idas aos hospitais podem sair bem caras. Para aliviar os danos, o governo conta com uma combinação de planos de saúde privados com programas governamentais.
De janeiro de 2017 a junho de 2022, os hospitais da Carolina do Norte processaram 7.517 pacientes e seus familiares. Ao todo, o débito chega a US$ 57,3 milhões.