Cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, descobriram um método que torna possível rejuvenescer células do cérebro. A descoberta é promissora e abre portas para avanços contra doenças neurodegenerativas.
A partir da técnica CRISPR, que permite editar o DNA de seres vivos, o grupo identificou quais genes atuam na produção de neurônios do cérebro. De todos analisados, o gene Slc2a4 se destacou.
Responsável por codificar uma proteína que importa glicose para dentro das células-tronco do cérebro, o Slc2a4, ao ser interrompido permitiu que elas voltem a se proliferar e forneçam ao cérebro um suprimento de novos neurônios.
Células regenerativas
À medida que o cérebro envelhece, as células-tronco da região têm uma queda na capacidade de produzir novas células.
Mas o estudo recém publicado na Nature, um dos periódicos científicos mais renomados do mundo, apontou uma significativa mudança nesse processo.
O segredo está na redução da atividade de um gene específico.
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Testes com camundongos
O Slc2a4 regula o consumo de glicose pelas células-tronco. Esse, por sua vez, é essencial para o metabolismo celular.
Mas quando o grupo desativou esse gene, se surpreendeu com os resultados.
Com a interrupção, a produção de neurônios pelas células-tronco em camundongos mais velhos foi potencializada.
Já em ratos mais novos, o Slc2a4 desativado não afetou as células.
Novas possibilidades
Segundo Maura Boldrini, neurocientista e psiquiatra do Columbia University Irving Medical Center, em Nova Iorque, a descoberta abre um novo campo de estudo.
Ainda é cedo para afirmar que a Slc2a4 pode ajudar no combate a doenças neurais, como Alzheimer, mas os cientistas estão animados.
“Abre novos caminhos para potenciais terapêuticas”, destacou a profissional.
Mesmo que o papel das células-tronco neurais em humanos adultos não tenha sido o foco da pesquisa, os resultados podem fornecer informações cruciais para o desenvolvimento de terapias celulares benéficas.