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Veneno de aranha-caranguejeira é eficaz contra o câncer, avança estudo brasileiro
20 de outubro de 2024
- Vitor Guerras
A produção da molécula que combate o câncer, a partir do veneno da aranha-caranguejeira, é de baixo custo. - Foto: Danny Steavens S
A produção da molécula que combate o câncer, a partir do veneno da aranha-caranguejeira, é de baixo custo. - Foto: Danny Steavens S

Pesquisadores brasileiros avançaram no estudo que mostra que o veneno da aranha-caranguejeira tem potencial para combater o câncer. O aracnídeo é facilmente encontrado no litoral de São Paulo.

A espécie já vinha sendo investigada pelo Instituto Butantan e a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, que se uniram para trabalhar em um único estudo.

A molécula extraída do veneno da caranguejeira Vitalius wacketi, em testes in vitro, foi capaz de combater e matar células cancerígenas da leucemia. O grande diferencial está na ação do composto, que destrói as células sem causar reação inflamatória.

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Trabalho em equipe

A sociedade mantenedora do Hospital Albert Einstein e o Instituto Butantan se uniram para potencializar ainda mais a pesquisa, mostrada no início do ano aqui no Só Notícia Boa.

A equipe do Butantan sintetizou a substância para obter a molécula de poliamina, um tipo de toxina muito abundante no veneno. Depois, o produto era enviado para outro grupo no laboratório do Einstein.

Lá, contaminações eram removidas e o efeito era potencializado. Assim, a purificação da molécula era finalizada graças a uma técnica desenvolvida pelo bioquímico e professor, Thomaz Rocha e Silva.

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Como age

Após a purificação, chegou a hora de testar a capacidade da molécula de combater o câncer.

Além do resultado positivo, o grupo descobriu outra vantagem: o composto conseguiu matar as células tumorais por apoptose (morte programada), e não por necrose (morte celular).

Eles descobriram que a célula se autodestrói de maneira controlada. Isso impede o corpo de causar uma reação inflamatória, muito comum em medicamentos quimioterápicos disponíveis no mercado.

“A morte por necrose não é programada e a célula colapsa, levando a um estado inflamatório importante. Já na apoptose, a célula tumoral sinaliza ao sistema imune que está morrendo para que ele remova posteriormente os fragmentos celulares”, explicou o professor Thomaz Rocha em entrevista à National Geographic Brasil.

Simples e barato

E as vantagens não param por aí. Segundo Thomaz, como a nova molécula é pequena, o processo de sintetizar a mesma é barato e simples.

Eles acreditam que no futuro, o produto poderia ter preços mais acessíveis no mercado para os pacientes.

Câncer de pulmão e dos ossos

O grupo agora vai fazer testes em células de câncer de pulmão e de ossos.

Além disso, a tecnologia também deve ser estudada em células humanas saudáveis para confirmar se não há toxicidade.

A equipe patenteou o processo de obtenção e produção da nova molécula e quer agora quer licenciar a tecnologia.

Vai ciência!

O Instituto Butantan e a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein uniram esforços para desenvolver o estudo. - Foto: Rogério Bertani
O Instituto Butantan e a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein uniram esforços para desenvolver o estudo. – Foto: Rogério Bertani
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