O tráfico ilegal de animais silvestres é um problema que ameaça diversas espécies no mundo. Sabendo disso, cientistas e autoridades inovaram e passaram a usar ratos gigantes treinados para farejar partes de animais comercializadas ilegalmente. Muito bacana!
Os pesquisadores decidiram apostar no faro incrível dos ratos da espécie Cricetomys ansorgei, conhecidos pela habilidade em distinguir aromas diferentes.
Esses ratos já foram treinados anteriormente para detectar explosivos e bactérias causadoras de tuberculose. Agora, eles identificam o cheiro de marfim de elefante, chifre de rinoceronte, pau-preto africano e escamas de pangolim, sendo este último o mamífero mais traficado do mundo .
Como os ratos foram treinados?
O treinamento dos ratos envolveu vários passos rigorosos.
Primeiro, os pesquisadores ensinaram os roedores a manter os focinhos próximos ao cheiro-alvo por alguns segundos. Esse tempo de contato foi essencial para que eles pudessem memorizar o odor específico, diferenciando-o de outros cheiros.
Em seguida, os ratos passaram a ser testados com diferentes combinações de odores, incluindo aromas que os traficantes usam para despistar as autoridades, como grãos de café e sabão em pó.
Após meses de treinamento, oito ratos se tornaram especialistas em detectar os cheiros de produtos da fauna e flora traficada, mesmo quando havia outros 146 aromas não relacionados por perto.
Isso prova que esses ratos podem ser uma ferramenta valiosa para o combate ao tráfico de animais.
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Próximos passos
Por mais que os testes iniciais sejam promissores, há desafios para levar essa tecnologia para o campo.
Os cientistas precisam garantir que os ratos consigam identificar os cheiros-alvo em diferentes concentrações e que seu desempenho seja consistente em locais variados.
O estudo foi publicado na Frontiers in Conservation Science.